09/02/2021

Agenda positiva e TI: olhar para a sustentabilidade deve impulsionar fornecedores de tecnologia

Por Jean Jader Martins*

As mudanças climáticas, a crise sanitária global recente e a popularização do conceito de ESG tem trazido para as empresas uma série de desafios. Ter estratégia e iniciativas sustentáveis há muito tempo deixou de ser apenas um diferencial para a marca. É, atualmente, uma característica primordial para elevar a credibilidade dos negócios, sustentar parceiros e buscar investimentos no mercado.

Neste cenário, em que governança corporativa, sustentabilidade e responsabilidade social se interligam, a área tecnológica também passa por importantes mudanças. A utilização consciente de recursos já direciona, por exemplo, a contratação e gestão de recursos de TI, como os data centers, por exemplo.

Para se ter uma ideia, a consultoria IDC estima que, até 2025, 90% das empresas do G20 exigirão de seus fornecedores de hardware metas em relação à redução da emissão de carbono nas instalações dos provedores. Uso de energia limpa e estruturas sustentáveis também estarão em pauta para a contratação realizada por estas empresas.

Manter-se competitivo neste novo contexto exigirá mais do que uma simples adequação por parte dos negócios. Trata-se de uma mudança de cultura, que exige ainda investimentos em médio e longo prazo. Da construção em que um data center está localizado ao tipo de solução de fornecimento de energia – como painéis fotovoltaicos – até a tinta utilizada em móveis e ambientes. Tudo deverá passar por um olhar atento e criterioso, onde não será apenas o lucro imediato que irá pautar as decisões, mas também a sobrevivência e a competitividade da empresa frente a um mercado mais consciente e exigente.

Creio que a preocupação sustentável já faz parte de grandes empresas e será impulsionada por decisões que impactam toda a cadeia de fornecimento de TI. No caso dos data centers, contratantes que observam a agenda positiva de governança estarão ainda mais atentos a certificações internacionais que atestem não só a qualidade e disponibilidade de servidores, mas também sua estruturação baseada em boas práticas de sustentabilidade.

O olhar voltado às boas práticas de ESG exigirão decisões em todas as frentes ligadas ao fornecimento de estrutura de TI: data centers deverão ser não só seguros, em concordância com regras legais como as estabelecidas pela LGPD, mas desenvolvidos sob a óptica do uso consciente de recursos. Energia natural gerada em ambiente próprio, por exemplo, será um ponto cada vez mais importante para a confiabilidade destas operações e a redução da dependência de serviços terceirizados. Cabe aos fornecedores observarem estas novas exigências e se prepararem para integrá-las à sua realidade. Ganha quem já vem se destacando e investindo no futuro, que afinal, já está chegando.

* Jean Jader Martins é diretor comercial da Global Gate Data Center, empresa do grupo Bludata e primeira de Santa Catarina a conquistar a certificação Tier III para sua estrutura. A companhia é especializada em soluções de nuvem privada, hosting, colocation, disaster recovery (DRaaS) e backup as a service (BaaS). O Grupo Bludata tem mais de três décadas de operações, com expertise no desenvolvimento de soluções para gestão de negócios, de Office Banking e Internet Banking.


Legenda: Jean jader Martins, diretor da Global Gate DC, empresa do grupo Bludata
Créditos: Divulgação