29/11/2022

Alternativas para entregas em zonas de risco logístico incluem tecnologia para cotar empresas especializadas

Gilson Chequeto, CEO da Lincros, logtech especializada em soluções de gestão logística, explica os desafios da distribuição em áreas sem segurança pública e como as empresas podem driblar o problema com o recrutamento de parceiros nestas regiões

Além da segurança e infraestrutura das estradas do Brasil – um país de dimensões continentais – as empresas enfrentam outro desafio comum na rotina de distribuição: as zonas de risco logístico. Compostas por locais de difícil acesso e/ou falta de segurança pública, essas regiões são fonte de novas alternativas para conquistar o potencial de consumo dos moradores.

Gilson Chequeto, CEO da Lincros, empresa de tecnologia especializada em soluções para gestão logística, diz que atualmente algumas alternativas já buscam mitigar riscos e perdas de vendas e produtos nestes locais. “Além da sugestão de entrega em outro endereço, seja comercial ou de algum conhecido, os lockers se popularizam. Trata-se de locais com armários específicos para esse fim, como uma espécie de caixa postal”, destaca.

Uma alternativa cada vez mais presente na realidade das empresas é também o uso de parceiros especializados em entregas nestas regiões. Para isso, a tecnologia é uma aliada, garantindo a cotação de empresas que se encaixam nos parâmetros necessários para a atuação em zonas de risco. “A cotação automatizada de fretes, onde é possível buscar um parceiro que se adeque a determinadas regras e em caráter de urgência, é uma ótima alternativa para efetuar essas entregas. A automatização garante benefícios como a garantia de um histórico de fornecedores, para a realização de cotações futuras, e o bloqueio de distribuidoras que não se encaixem no perfil”, diz.

Monitoramento de carga e segurança ao motorista

Gilson afirma que é possível também usar a automação para acompanhar as entregas na zona de risco, garantindo visibilidade ao processo. “Para a distribuidora, o monitoramento através de um sistema de controle logístico permite o recebimento de alertas em tempo real, a visualização de paradas não programadas e até mesmo o ajuste de rota em situações onde se pode evitar uma zona de risco. Além de proteger a carga, há o cuidado com a segurança do motorista”, avalia.

O monitoramento da frota e a roteirização automatizada,que permite a busca de vias alternativas, são aliados na segurança. O roubo de cargas é hoje um grande desafio na atuação em zonas de risco. O Brasil, inclusive, ocupa o sexto lugar no ranking global de risco de roubo de cargas, na frente até mesmo de países com histórico de guerras como Iraque e Somália. Os dados são da JCC Cargo Watchlist.

Além da segurança dos profissionais e da carga, atuar em zonas de risco significa entrar em um nicho com grande potencial de negócios, já que poucas empresas olham para estas regiões. Estima-se, por exemplo, que mais de 36 milhões de pessoas vivem em favelas ou em regiões periféricas onde a entrega a domicílio ainda é um desafio, segundo o Data Favela e o Instituto Locomotiva. “Considerando esse alto volume, otimizar as entregas garantindo um posicionamento seguro e bem monitorado, pode dar a muitos negócios mais potencial de venda e até mesmo o fortalecimento em determinados nichos de negócio. Com logística e tecnologia alinhadas, é possível mudar esse cenário”, finaliza o executivo da Lincros. 

 


Legenda: Gilson Chequeto, CEO da Lincros
Créditos: Divulgação