Body shop na TI é solução para escassez de mão de obra qualificada. Desafio atinge mais de 80% das empresas no país
Especialista afirma que a alocação de profissionais de tecnologia da informação é opção para ter uma equipe com a expertise necessária sem os custos da contratação CLT
Dados recentes divulgados nacionalmente chamaram a atenção de empresas e colaboradores em todo o país. A consultoria de recursos humanos ManpowerGroup revelou um estudo onde o Brasil figura entre os dez países com maior falta de mão de obra qualificada em 2022. 81% dos empregadores brasileiros relataram dificuldades para encontrar pessoal com as competências necessárias.
A pesquisa ainda mostrou que o setor de TI é um dos mais atingidos, com 84% de demanda desses profissionais. “O mercado de tecnologia em irrefreável expansão vem crescendo mais velozmente do que o mindset dos trabalhadores e de muitas empresas também. Há novas tecnologias surgindo todos os dias, demanda por soluções, mas falta de possibilidades de qualificação ou de contratação”, revela Milton Felipe Helfenstein, diretor comercial da Envolti, empresa especializada no desenvolvimento de softwares tailor-made.
Outra pesquisa, da Dimensional Research, evidenciou que 77% dos líderes de tecnologia e 71% dos executivos de negócios dizem que o departamento de TI de suas empresas tem um gargalo de solicitações de novas tecnologias, que não conseguem atender devido a essa falta de especialistas e custos de desenvolvimento. Milton afirma que uma solução para esse problema seria investir em body shop: a alocação de profissionais com expertise para tocar o projeto que a empresa tem em mente.
“Ao se deparar com a necessidade de desenvolvimento de novos projetos de TI a falta de conhecimento em novas tecnologias pode empatar o trabalho da equipe. Outro obstáculo pode ser o orçamento limitado para a contratação efetiva de novos profissionais. Com o body shop, há a vantagem de ter, dentro de casa, profissionais de alto conhecimento, mas sem ter o custo da contratação CLT, por exemplo. Não há a necessidade de montar um time próprio para o projeto, mas o gestor tem a segurança de que a qualidade da entrega está preservada”, explica o especialista.
Hoje, o body shop é uma das iniciativas de terceirização mais econômicas e utilizada pontualmente, em contratos bem definidos e com prazos e entregas delimitados. De acordo com dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação (Brasscon), o Brasil forma anualmente cerca de 46 mil pessoas na área de tecnologia, mas são abertas uma média de 70 mil vagas por ano.
