08/12/2021

Com expansão no armazenamento em nuvem, empresas devem ficar atentas à segurança dos dados

Brasil é o 5° país mais afetado com ataques cibernéticos em 2021, de acordo com o relatório de Ameaças Cibernéticas da SonicWall. Se não for estruturada, expansão do cloud computing pode colocar em risco proteção de informações confidenciais

A adesão ao trabalho remoto por parte de muitas empresas acabou acionando alguns alertas para gestores e donos de negócios em todo o mundo. Devido ao home office, o acesso aos dados das companhias passou a ser feito através de redes domésticas, ambiente onde é comum não haver o devido cuidado com a segurança cibernética nos computadores. Esse fato pode ter levado a diversos ataques de hackers noticiados ao redor do mundo recentemente.

Neste contexto houve crescimento de serviços de gestão e armazenamento de dados na nuvem. Em parte porque a ação integra a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor no ano passado. A lei brasileira cobra de todas as empresas, independente do porte, o investimento em segurança de dados. Caso haja vazamento de informações, a multa pode chegar a R$ 50 milhões. 

O armazenamento de dados na nuvem se mostra uma saída eficaz para essa nova realidade, pois une baixo custo, celeridade na instalação com facilidade no uso. A informação é do estudo TMT Predictions 2021, desenvolvido pela Deloitte anualmente. O estudo mostra ainda a previsão de que a receita no mercado do armazenamento em nuvem continuará crescendo em 2021 e irá superar 30% até 2025. O ano também é prazo para a estimativa feita pela consultoria norte-americana Gartner, de que 85% de todas as empresas do mundo estarão operando dentro da nuvem.

Com a progressão na adoção da digitalização de serviços, a quantidade de dados gerados aumentou notavelmente nos últimos anos. Para Jean Jader Martins,  diretor da Global Gate DC, uma consequência é a necessidade de adoção de servidores com cada vez mais capacidade de armazenamento e segurança pelas empresas. “As companhias estão se favorecendo cada vez mais de tecnologias inovadoras como Internet das coisas (IoT), Big Data, Machine Learning, para analisar e interpretar expressivos volumes de dados. Grandes empresas de tecnologia que estão atuando no mercado estão disponibilizando armazenamento de alta performance. Assim, a demanda por esse tipo de serviço deve levar a taxa de crescimento anual do mercado global a cerca de 28% até 2024”, diz o executivo.

Com essa disseminação, é preciso ficar atento à segurança cibernética, pois a implantação de cloud computing pode abrir brechas para ataques virtuais. Um estudo da IBM mostrou que cerca de 21% dos arquivos enviados para serviços de compartilhamento baseados em nuvem continham dados confidenciais. O especialista afirma que a configuração incorreta dos softwares pode levar a prejuízos inestimáveis. “As empresas que transferem seus dados e aplicativos para a nuvem concedem permissão de acesso aos usuários, o que acaba abrindo novas áreas de ataque e acesso não autorizado a ambientes de sandbox”, destaca Jean

Em alguns casos, colaboradores descuidados ou até mesmo mal intencionados podem roubar dados ou instalar aplicativos não autorizados. Ou um provedor de serviços incompetente pode colocar em risco a segurança dos dados por meio de uso indevido, negligência e acesso não autorizado. Para Martins, formas de conter ou reduzir os prejuízos causados pelo uso indevido incluem promover colaboração, ter um roteiro para implantar a nuvem em fases e ter fortes políticas de gerenciamento. “Uma preparação cuidadosa poupa a organização de ataques cibernéticos imprevistos e permite a adoção bem-sucedida da nuvem. O gestor deve adotar políticas e ferramentas de gerenciamento de acesso, assim é possível implementar controle relevante para detectar e responder aos desafios de segurança enfrentados durante a expansão para a nuvem. É também importante escolher um bom data center, para garantir estabilidade, conectividade, infraestrutura de rede, backup, criptografia de dados, redundância de sistemas e recuperação de dados”, conclui o profissional.


Legenda: Jean Jader Martins, diretor comercial da Global Gate DC
Créditos: Divulgação