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O Instituto Serendipidade nasceu em 2018, impulsionado pela vontade de um casal de fazer a diferença na sociedade, tornando a inclusão de pessoas com deficiência uma questão de impacto e inovação. 

Henri e Marina Zylberstajn, fundadores do Instituto Serendipidade, têm três filhos e o caçula nasceu com síndrome de Down. A partir daí, a busca da família foi por entender mais sobre a condição, promover qualidade de vida ao filho e, principalmente, ser motivadores de transformação através de ações que contribuíssem com impacto social positivo. Assim, nasceu o Instituto Serendipidade.

“Depois do nascimento do Pedro, começamos a receber informação e acolhimento e passei a enxergar o mundo através de outras perspectivas. Quando essa ficha me caiu, eu prometi a mim mesmo que ninguém mais ia olhar pro meu filho nem pra outras pessoas com deficiência da mesma forma que eu, sem querer, olhava para elas por falta de informação e falta de oportunidade de convívio”, explica.

A organização atua com iniciativas próprias, como o Projeto Laços, que tem a proposta de acolher voluntariamente pais e mães que recebem a notícia de que seu filho tem alguma deficiência ou doença rara e buscam pessoas que passaram por uma história semelhante.

Outra ação é o Programa de Envelhecimento Ativo, que atende gratuitamente adultos e idosos com deficiência intelectual, desenvolvendo programas de bem-estar e contribuindo para o envelhecimento saudável com protagonismo, autonomia profissional e desenvolvimento de protocolos de atendimento. Uma linha de pesquisa em parceria com o Grupo Médico Assistencial do Hospital Israelita Albert Einstein (GMA – HIAE), representado pelo coordenador, o médico geriatra Dr. Marcelo Altona, estuda a longevidade através de um olhar holístico para qualidade de vida das pessoas com deficiência, que se estende ao cuidado das famílias e jovens aprendizes do programa de Emprego Apoiado.

O Instituto ainda conta com incentivo ao esporte através do Programa de Iniciação Esportiva, onde a prática esportiva é utilizada como ferramenta para trabalhar aspectos fisiológicos de forma lúdica e para promover a inclusão com aulas gratuitas para crianças de famílias de baixa renda de três a oito anos com síndrome de Down e outras deficiências intelectuais. O Programa tem o objetivo de desenvolver habilidades motoras, sociais e contribuir para uma infância mais saudável e mais inclusiva.

A equipe do Instituto Serendipidade atua, também, em empresas como criadores de pontes entre iniciativa privada, marcas e pessoas com deficiência. Entre as marcas que apoiam a organização estão a Life by Vivara, que conta com uma coleção de joias que representam oito grupos de pessoas com deficiências diversas. A Reserva Mini também tem peças exclusivas que foram desenvolvidas por jovens, crianças e adultos com síndrome de Down de diversas regiões do Brasil, em homenagem à campanha pelo Dia Internacional da Síndrome de Down de 2023, celebrado em 21 de março.

O Instituto Serendipidade conta ainda com parceria com a Disney. Em 2022, uma campanha de Dia das Crianças foi desenvolvida, revertendo o acesso do público a jogos da plataforma em doações em dinheiro para o Instituto. Além disso, ativações com influenciadores e uma campanha de TV incluindo pessoas com deficiência também foram veiculadas na televisão e nas redes sociais. Atualmente, a Disney patrocina oficinas integradas, para pessoas com e sem deficiência, que incentivam o desenvolvimento através da arte, dança, cultura e diálogos familiares, junto com instituições parceiras do Instituto.

Outra parceria foi com a Editora Leiturinha, em que já foram desenvolvidos três livros que contam histórias infantis sobre a importância do convívio inclusivo desde a infância, no caso de “Joca e Dado - Uma Amizade Diferente”. “Simbora tá na Hora” e “Vamos Montar uma Banda”, feito em parceria com o Instituto Simbora Gente, destacam contos cumulativos que estimulam a criatividade, autonomia e protagonismo, desenvolvidos num rico processo com autores autodefensores, com síndrome de Down e deficiência intelectual. 

“Ações como essas geram valor de transformação real em empresas através de sensibilizações para capacitar colaboradores e gestores sobre a importância da inclusão no processo de contratação da Lei de Cotas, para além de apenas inseri-las no ambiente de trabalho, fazendo com que sejam de fato compreendidas e com acesso aos mesmos direitos e deveres que os demais colaboradores”, reforça Henri.

Virada de Chave: mais de R$ 1 milhão para iniciativas do instituto

Desde 2022 o Instituto Serendipidade promove um evento para angariar fundos que são destinados às suas iniciativas próprias. No primeiro ano de realização do Virada de Chave, o apresentador Luciano Huck marcou presença e destacou a importância da inclusão e transformação na prática. 

Já em 2023, um dos grandes nomes presentes foi Edu Lyra, criador da ONG Gerando Falcões. Nas duas edições do evento, o Instituto contratou pessoas com deficiência para trabalhar e fazer parte das atrações culturais, valorizando o protagonismo e a identidade.  A principal forma de arrecadação foi um leilão beneficente. “No ano passado tivemos arrecadação recorde para o setor. Mais de R$ 1 milhão foi alcançado graças ao público presente e aos patrocinadores. Isso mostra como o Instituto Serendipidade é capaz de entregar ações que geram valor de mercado através da inclusão, que chamam a atenção do setor privado e ajudam a disseminar a ideia de inclusão e apoio a iniciativas que desenvolvam pessoas com deficiência”, celebra Henri.

O fundador do Instituto Serendipidade diz que o primeiro passo a ser dado é a elevação da consciência. “No nosso caso, tudo começou com uma família que não tinha contato com pessoas com deficiência, mas que queria fazer a diferença. Organizamos um evento, ligando para amigos próximos e fomos crescendo. Todos voluntariamente toparam dar o primeiro passo em prol de um bem maior. Esta virada de chave individual, acontecendo em várias pessoas, constrói uma rede de impacto muito poderosa. Convidamos as pessoas a fazerem isso, virar a chave, independente do tema”, conclui.