Conheça sete biomarcadores usados pela medicina para verificar sua saúde
Ferramentas valiosas na medicina, os marcadores biológicos fornecem informações importantes sobre o paciente, o que os tornam interessantes, inclusive, na cirurgia plástica. Médico destaca alguns deles
Os avanços científicos têm proporcionado um entendimento cada vez mais profundo sobre o funcionamento do corpo humano. Uma das descobertas mais interessantes é a utilização dos biomarcadores - indicadores capazes de fornecer dados sobre a saúde de um indivíduo, permitindo o diagnóstico precoce, a prevenção e até mesmo o tratamento de doenças, além de colaborarem para o desenvolvimento de medicamentos.
Os biomarcadores, ou marcadores biológicos, podem ser divididos em três tipos principais: farmacodinâmicos, de prognóstico e de predição. Na cirurgia plástica, eles podem fornecer informações valiosas sobre o estado do paciente, ajudar na tomada de decisões clínicas e avaliar os resultados do procedimento.
Segundo o médico cirurgião, Dr. Samuel Colman, a importância dos biomarcadores nesses tipos de procedimentos está relacionada a vários aspectos. “Certos biomarcadores podem ajudar a descobrir a presença de condições pré-existentes que podem aumentar o risco de complicações durante a cirurgia. Além disso, auxiliam na avaliação do risco individual de complicações pós-operatórias, como infecções ou problemas de cicatrização. Isso permite que nós, cirurgiões, adaptemos as estratégias de tratamento e cuidados pós-operatórios de acordo com as características individuais de cada paciente”, explica o médico, que soma quase 30 anos como cirurgião.
Dr. Colman destaca alguns que são muito importantes para a avaliação antes de um procedimento de cirurgia plástica, sendo eles a metilação, oxidação, glicação, inflamação, níveis hormonais, marcadores genéticos e telômeros, além dos marcadores autoimunes. Entenda um pouco melhor cada um deles:
Metilação - Processo bioquímico que envolve a adição de um grupo metila (CH3) a uma molécula. Alterações na metilação podem estar associadas a várias doenças, incluindo câncer, doenças cardíacas, distúrbios neurológicos e distúrbios do desenvolvimento. A submetilação pode indicar uma tendência à Trombose, que está presente em até 25% das pessoas e é um dos riscos mais temidos de complicação pós-operatório.
Oxidação - Medida que indica o nível de estresse oxidativo no organismo - desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e a capacidade do organismo de neutralizá-las, o que pode causar danos às células e aos tecidos, levando a uma série de doenças e ao envelhecimento.
Glicação - Fornecem informações importantes sobre a exposição prolongada a níveis elevados de glicose no sangue e podem auxiliar no diagnóstico, monitoramento e tratamento de várias condições relacionadas à glicemia.
Inflamação - Marcadores inflamatórios que podem ser utilizados para avaliar a presença e a gravidade da inflamação, auxiliando no diagnóstico e no monitoramento de doenças inflamatórias.
Níveis hormonais - A avaliação dos níveis hormonais ajuda a identificar irregularidades e orientar o tratamento adequado de doenças causadas por desvios nesses níveis.
Marcadores genéticos e telômeros - Os marcadores genéticos fornecem informações sobre as variações genéticas individuais que podem influenciar a suscetibilidade a certas doenças ou a resposta a determinados medicamentos. Já os telômeros, estruturas localizadas nas extremidades dos cromossomos, desempenham um papel crucial no envelhecimento celular e estão ligados ao desenvolvimento de doenças relacionadas à idade. A análise de marcadores genéticos e a medição do comprimento dos telômeros podem ajudar a compreender melhor os fatores de risco e a personalizar os cuidados de saúde.
Marcadores autoimunes - Substâncias que indicam a presença de doenças autoimunes, nas quais o sistema imunológico ataca erroneamente as células e tecidos saudáveis do próprio corpo. Exames que detectam anticorpos específicos, como o fator reumatóide ou anticorpos antinucleares, são usados para auxiliar no diagnóstico e no monitoramento dessas doenças complexas.
O médico cirurgião plástico, Dr. Samuel Colman, ressalta que os biomarcadores não são utilizados isoladamente para diagnosticar doenças, mas são ferramentas complementares na avaliação dos pacientes. “O acompanhamento regular desses biomarcadores em conjunto com outras análises clínicas pode fornecer informações importantes”, pontua. À medida que se avança na pesquisa e no desenvolvimento dos marcadores biológicos, são percebidas melhorias significativas na detecção e no tratamento de doenças, assim como na prevenção de complicações pós-operatórias e otimização da saúde.