Conselho consultivo: por que adotar essa ferramenta na busca pela governança corporativa?
Consultor empresarial e mentor de negócios, Roberto Vilela destaca os benefícios que a parceria com profissionais especialistas, mas não ligados diretamente ao negócio, trazem para o crescimento das empresas. Leitura precisa de mercado e transparência na tomada de decisão são alguns deles
Depois de estabelecido um negócio, os passos seguintes na tomada de decisão da liderança focam, principalmente, na continuidade e crescimento da empresa. E estes dois fatores nem sempre são simples, especialmente em empreendimentos familiares onde, segundo a PwC, o sucesso nem sempre chega à segunda geração – apenas 36% das empresas sobrevivem à sucessão. É neste contexto que muitos empreendedores estão recorrendo ao conselho consultivo, com o intuito de buscar a governança corporativa (onde um conjunto de processos bem definidos estabelece a rotina e auxilia na continuidade do negócio).
Roberto Vilela, consultor empresarial e mentor de negócios que atua como conselheiro, destaca que o investimento na estruturação de conselhos traz benefícios não só no curto, mas em médio e longo prazos para os negócios. “Basicamente, esse tipo de conselho reúne especialistas em múltiplos segmentos, como comercial, finanças, comunicação e especialistas no segmento da empresa. São profissionais com carreira consolidada, bom relacionamento e uma visão límpida do mercado. Uma grande contribuição é que a opinião trazida por este conselho é neutra, não carrega os preconceitos comuns nem o sentimento de quem está ligado à empresa por meio de sociedade, fundação ou dia a dia de trabalho”, analisa.
Além da visão límpida do mercado, outro benefício do conselho consultivo, de acordo com o especialista, é a oportunidade de aprofundar o relacionamento com o mercado. “Você traz para a sua mesa de decisão nomes ligados aos seu setor que vão auxiliar a empresa a entrar em novos círculos e conversas e, não raro, proporcionar novos negócios”, destaca.
Decisão independente, respaldada por especialistas
Outro fator que tem tornado o conselho consultivo uma ferramenta de governança é o fato de que a tomada de decisão e a otimização de processos é realizada com base nas melhores práticas de mercado. Assim, o empresário tem uma visão gerencial clara e fundamentada no que o segmento em que atua tem feito. Exemplos práticos e bem-sucedidos costumam surgir nos encontros do conselho e respaldam as iniciativas internas.
Um grande diferencial dessa estrutura, no entanto, especialmente na comparação com o conselho de administração, é que a tomada de decisão do empresário segue independente. “Ele não presta contas ao conselho consultivo e pode, inclusive, discordar da opinião dos especialistas. Essa liberdade de ouvir o mercado, mas ainda assim ser o decisor, atrai muitos líderes que desejam manter o controle da empresa”, finaliza Vilela.
