Conta de luz cada vez mais cara estimula busca pela energia solar
Os catarinenses pagarão até 16,8% a mais na conta de luz a partir deste mês, após reajuste. Especialista detalha vantagens da energia fotovoltaica para reduzir custos
A conta de luz ficou mais cara em Santa Catarina (SC). A Celesc anunciou recentemente as novas tarifas, após o reajuste anual ser homologado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Annel). O aumento, que passou a valer desde segunda-feira (22), chega a até 16,8% para as unidades consumidoras de alta tensão e 8,1%, em média, para as de baixa tensão. Os consumidores residenciais, incluídos nesse último, arcarão com 7,6% a mais. Aumentos constantes têm feito as pessoas procurarem outras alternativas, como a geração da própria energia elétrica, através de painéis solares.
Thomas Knoch, CEO da Solar Vale Energia, companhia de referência em soluções para energia fotovoltaica no estado, comenta que a energia solar oferece mais vantagens em relação aos gastos, o que se acentua ainda mais diante de fatores como as crises hídricas que o país vem passando e a cada reajuste da tarifa.
“Os brasileiros estão aderindo cada vez mais à energia solar, seja para abastecer casas ou empresas, dada as vantagens que esse modelo oferece. A instalação de painéis solares fotovoltaicos resulta em uma economia muito grande na conta de luz, que pode chegar a até 95%, além de ser uma energia limpa e renovável”, comenta.
A isenção na taxa de distribuição, garantida até o fim deste ano, é outro fator que tem chamado a atenção dos consumidores e acelerado a corrida pela validação e instalação dos projetos. O Marco Legal da Geração Distribuída, sancionado este ano, estabelece regras para a produção da própria energia, como no caso da solar fotovoltaica. “Com isso, todos os consumidores passarão a pagar tarifas sobre a distribuição. No entanto, quem aderir a esse formato até o final deste ano permanece isento da taxa de energia solar pelos próximos 23 anos”, explica o CEO.
Knoch enfatiza que mesmo após o marco legal, a energia solar continua sendo mais vantajosa economicamente. “A perspectiva é de que os consumidores busquem cada vez mais pela instalação de placas solares, motivados por incentivos através de linhas de financiamento, pelo fato de ser limpa e, também, pela redução da conta de luz que essa tecnologia oferece”, pontua.
Para estimular a geração de energias renováveis, existem diversos programas de incentivo e linhas de financiamento acessíveis. Quem opta por gerar sua própria energia e precisa recorrer a financiamento, conta com longos prazos para pagar, carência e baixas taxas de juros, que são pré-fixadas. Essas acabam, ainda, por substituir o valor que o consumidor arca a cada reajuste, além de serem bem inferiores.
A energia solar é a terceira maior fonte da matriz elétrica brasileira, atrás apenas da hídrica e eólica - os dados foram levantados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Já a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) revelou que a geração solar distribuída soma 4,3% de todo o consumo do mercado regulado no Brasil.