15/09/2025

Convivência crescente entre humanos e IA vai desafiar carreiras e transformar empresas

Estudo internacional mostra que 25% dos empregos estão potencialmente expostos à IA generativa

A interação entre humanos e inteligência artificial está se tornando inevitável e cada vez mais próxima. De acordo com o estudo “IA generativa e empregos: um índice global refinado de exposição ocupacional”, lançado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Polônia (NASK), cerca de 25% dos empregos no mundo estão em ocupações potencialmente expostas à IA generativa. Nos países de renda alta, essa proporção chega a 34%.

Embora o impacto seja expressivo, a pesquisa reforça que a automação total dos empregos ainda é limitada. Isso porque, mesmo em funções em que a IA pode executar tarefas de maneira mais eficiente, muitas atividades continuam exigindo supervisão, julgamento crítico e tomada de decisão humana.

O estudo também aponta que diferentes setores e carreiras seguirão trajetórias distintas: áreas já acostumadas a rápidas transformações digitais, como desenvolvimento de software, tendem a se adaptar mais rapidamente à convivência com sistemas inteligentes. Por outro lado, profissões com baixa incorporação de habilidades digitais podem enfrentar maiores desafios e riscos de impacto negativo.

Para Felipe Bittencourt, CEO da Odisseia AI, o avanço da inteligência artificial não deve ser encarado apenas como ameaça, mas como um convite à adaptação. “As tarefas repetitivas tendem a ser cada vez mais automatizadas, o que inevitavelmente levará muitas pessoas a trocarem de profissão ou a adaptarem a forma de trabalho”, afirma.

A Odisseia AI é uma startup que tem como proposta transformar a forma como as empresas interagem com seus clientes e leads (potenciais clientes), por meio de agentes inteligentes de atendimento baseados em IA.

O executivo destaca que em meio a essa questão é essencial entender onde a tecnologia pode ser confiável e onde precisa de limites, criando estratégias para mitigar riscos, pois apesar dos avanços em modelos de linguagem, ainda é um desafio desenvolver agentes capazes de raciocinar de forma totalmente confiável.

“A inteligência artificial ainda é algo não determinístico, em que trabalhamos com probabilidades, não com certezas. Justamente por isso, a preparação das empresas e dos profissionais é o que fará diferença na forma como essa convivência vai acontecer. A chamada autonomia plena permanece distante, o que reforça a necessidade de supervisão e de uma integração gradual da tecnologia nos processos corporativos”, afirma.

Nicolas Gonçalves, especialista em tecnologia e sócio da Odisseia AI, explica que a empresa defende a ideia de que os assistentes digitais sejam preparados para atuar como colegas de equipe, compreendendo o contexto, tomando decisões com bom senso e colaborando com as pessoas. “Cada vez mais, vemos empresas delegando às máquinas funções repetitivas, enquanto os profissionais recuperam tempo para se dedicar ao que só o humano é capaz de oferecer”, finaliza.


Legenda:
Créditos: Foto: Cottonbro Studio/Pexels
Legenda: Felipe Bittencourt, CEO da Odisseia AI
Créditos: Foto: divulgação
Legenda: Nicolas Gonçalves, especialista em tecnologia e sócio da Odisseia AI
Créditos: Foto: divulgação