Cresce a busca de empresas catarinenses por atuação no mercado externo
Movimento pela internacionalização fortalece a competitividade local, diversifica o mercado e tem sido encarada como uma alternativa de sustentabilidade dos negócios. Norte catarinense lidera ranking das regiões que mais exportam no estado
Santa Catarina é um estado potencialmente empreendedor e tem ganhado destaque no cenário nacional com empresas aptas e atuantes no mercado externo. De acordo com uma pesquisa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, 71,5% dos municípios catarinenses já praticam a exportação.
Dados do Observatório Sebrae indicam que Santa Catarina tem hoje 2.476 empresas exportadoras - e as perspectivas de crescimento da atuação catarinense no mercado externo são positivas. “O empresário catarinense tem despertado para as possibilidades de expandir suas atividades para fora do país. Esse movimento tem evidenciado que a prática é tangível a qualquer empresário, basta identificar as oportunidades”, comenta Filipe Gallotti, gerente de Negócios do Sebrae/SC.
A região Norte do estado lidera o ranking de empresas exportadoras, com 26% delas; em segundo lugar fica a região conhecida como Foz do Itajaí (19%) e em terceiro lugar, o Vale do Itajaí, com 15% das empresas exportadoras de Santa Catarina.
“A internacionalização de uma empresa é uma necessidade de sustentação do negócio no mercado – e uma chancela para a competitividade interna, que se reflete em toda a cadeia econômica local. Isso porque a abertura do mercado externo, além de aumentar a demanda por produtos e serviços, também atrai investimentos. É um círculo que só incrementa a geração de renda”, comenta Thiago Raitez, diretor de Negócios da Father Estratégias Internacionais.
Norte catarinense
Com 634 empresas já atuantes no comércio exterior, o Norte catarinense é a região que mais concentra empresas exportadoras em Santa Catarina. E cada vez mais, os negócios locais têm buscado a cada ano superar suas metas de faturamento no mercado internacional.
A Thermo Star, de Massaranduba, é um exemplo. Especializada em sistemas de refrigeração para transportes, a empresa atua em todo território nacional e já está presente em mais de 18 países. Em 2022, as exportações representaram 12% do faturamento e a expectativa em 2023 é alcançar 15% do número de faturamento proveniente de exportações. Como forma de expansão, a empresa tem a meta de alcançar atuação em 22 países até o final do ano; as principais investidas estão ocorrendo no mercado europeu e Oriente Médio. “A indústria catarinense conta com grandes exportadores, o que a torna uma das referências dentro do Brasil quando o assunto é exportação. Estamos em uma região privilegiada por portos e rodovias, que facilitam o escoamento dos produtos para exportação. Temos uma estratégia de crescimento gradativo e controlado, priorizando pela qualidade dos nossos produtos e tendo como diferencial o custo x benefício, o que torna a marca muito competitiva frente a concorrentes americanos e europeus”, afirma Santiago Sabel, CEO da Thermo Star.
A Sintex, indústria de duchas e torneiras com sede em Joinville, também figura na lista de exportadoras catarinenses. A empresa que atua em 10 países, principalmente México, Peru, Paraguai e Equador, já está em tratativas com o mercado africano e em breve terá a marca em países como África do Sul, Senegal, Mali e Camarões. “A participação no comércio exterior traz um potencial competitivo bastante significativo e, como nosso parque fabril atende as necessidades de outras nações, queremos levar o diferencial de qualidade, eficiência e sustentabilidade dos nossos produtos cada vez mais para fora do Brasil”, comenta Enio Bernardes, diretor da corporação.
Segundo o Observatório Fiesc, Santa Catarina teve o maior aumento do preço médio exportado este ano entre os principais estados exportadores do país: 15,2% de alta, registrado de janeiro a abril. O período também rendeu o recorde de US$ 3,6 bilhões em exportações catarinenses.