25/01/2022

Educação Corporativa: tendências e estratégias para qualificação profissional

Organizações buscam investir na formação dos colaboradores para suprir a falta de mão de obra especializada no mercado. Modelo híbrido para treinamento e desenvolvimento de pessoal é preferência de gestores e funcionários

Um dos grandes impactos do avanço tecnológico dos últimos dois anos foi a dificuldade de encontrar profissionais qualificados e também com virtudes específicas. Se essa necessidade já era latente, agora, mais do que antes, as transformações de mercado exigem pessoas que busquem capacitação constante – ou que, pelo menos, estejam dispostas a se dedicar ao crescimento na carreira através do aprendizado educacional.  

De acordo com Raquel Schürmann, gerente executiva da Fundação Fritz Müller (FFM), uma das principais escolas de educação corporativa de Santa Catarina, pesquisas apontam para uma tendência das corporações investirem no segmento. “Recentemente a Fundação Dom Cabral, parceira da FFM, publicou um estudo que diz que a educação corporativa está entre os principais eixos de fortalecimento empresarial. E essa mesma pesquisa aponta a tecnologia como base para a conquistas de novos saberes dentro das corporações, por permitir um acesso mais dinâmico e facilitado a um maior número de pessoas”, comenta.

A adesão das tecnologias está diretamente ligada às possibilidades de oferta de qualificação profissional, principalmente por conta do modelo híbrido de trabalho, adotado por muitas corporações e que deve permanecer como prática. “Por isso é preciso adequar o modo como disponibilizar aprendizagem no meio corporativo, considerando as novas posturas de gestores e colaboradores nessa nova realidade de mercado. Só assim se concretizará uma real capacitação da força de trabalho como um todo”, ressalta Raquel.

Assim, os programas de treinamento e desenvolvimento de pessoal devem refletir as práticas da empresa, inclusive na sua forma de abraçar os profissionais. “As ferramentas tecnológicas aliadas aos processos presenciais podem potencializar os resultados dessas capacitações, pois tendem a gerar maior engajamento e otimização do aprendizado”, lembra a gerente executiva, destacando que identificar a necessidade de lapidação do colaborador e direcioná-lo para os caminhos assertivos que possam trazer benefícios para ele e para a empresa também é uma forma de potencializar a inserção na educação corporativa, de torná-la uma constante na carreira. “Perceber as características do grupo e indicar outros meios de capacitação, às vezes até externos à empresa, em instituições credenciadas e parceiras, também é uma forma de incentivo à qualificação e valorização dessa prática”, exemplifica.     

Aprendizagem em ciclos curtos e digitalização se fortalecem

Além da personalização da capacitação, outra tendência de aprendizagem é a inclusão desses treinamentos no fluxo de trabalho, com as chamadas microlearnig, ou seja, pequenas doses de ensino distribuídas ao longo do dia, associadas à rotina de produção. Variar os formatos dos conteúdos também tem impacto na maneira como eles são consumidos: mesclar vídeos, palestras ao vivo, gravadas ou presenciais e propor dinâmicas conjuntas despertam maior interesse no aprendizado. 

A gamificação é outra estratégia que surte efeitos positivos e traduz a educação corporativa naquilo que ela se propõe: lapidar o profissional e muni-lo com conhecimento que reflita em resultados para a empresa. “O desenvolvimento do recurso humano dentro da corporação é investimento para ela mesma, que muitas vezes acaba descobrindo potenciais camuflados entre os colaboradores”, salienta Raquel.


Legenda: Raquel Schürmann, gerente executiva da Fundação Fritz Müller.
Créditos: Daniel Zimmermann
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Créditos: Reprodução Internet