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As grandes tendências econômicas, tecnológicas e de planejamento estratégico foram a tríade que deram o tom da primeira edição do IT Leaders Meeting, evento exclusivo realizado pela AMcom, empresa de tecnologia especializada em desenvolver, manter e evoluir negócios digitais para grandes empresas. O evento reuniu, além da CEO da AMcom, Andreia Rengel, e do vice-presidente, Rodrigo Strey, o economista-chefe do BTG Pactual, Cláudio Ferraz, e o CEO do Ecossistema Inova, Marcelo Veras.

Andreia Rengel realizou a abertura do evento, falando da importância destes insights para a tomada de decisão dos negócios. “Nós sabemos que planejar e executar iniciativas de inovação vão muito além de apenas escolher tecnologias. O modelo de negócio, o cenário econômico e tantos outros fatores impactam nessa tomada de decisão. E por conta disso, com o propósito de ser mais do que um fornecedor de tecnologia, mas uma parceira estratégica das empresas, realizamos este evento”, destacou.

Claudio Ferraz, economista do BTG Pactual, iniciou a explanação comentando que entre as tendências econômicas para os próximos anos, se destacam o desafio da política fiscal brasileira e o aumento da taxa de juros. De acordo com o especialista, embora o país tenha registrado um crescimento acima do esperado neste ano e que esteja vivendo um momento de baixo desemprego, questões como o arcabouço fiscal devem elevar a inflação.

“Nós vivemos um momento de crescimento que está gerando emprego, a ponto de apertar o mercado de trabalho. Há, neste sentido, várias pesquisas mostrando a escassez de mão de obra sendo um grande desafio das empresas, dando um tom de preocupação para o mercado”, destacou.

As previsões do BTG Pactual apresentadas por Ferraz apontam para um crescimento da inflação e das taxas de juros nos próximos três anos, cenário que deve ser desafiador para as empresas. Além disso, a política fiscal vem comprometendo a credibilidade da economia brasileira no contexto global.

“Vamos conviver com juros mais altos e quando pensamos em política fiscal, temos visto uma expansão de gastos muito veloz, sem ações que contenham esse aumento. As metas do arcabouço fiscal foram revistas em menos de um ano, comprometendo a credibilidade junto ao mercado. Mesmo com uma economia forte e arrecadação elevada, não superamos esse déficit que deve chegar a mais de 80% da dívida pública nos próximos anos, o que aumenta a percepção de riscos do mercado”, explanou.

Inovação contribuindo para previsibilidade de cenários

Embora a fragilidade fiscal e a escassez de mão de obra sejam desafiadoras, as novas tecnologias devem ser um caminho estratégico para que os negócios superem este contexto. Rodrigo Strey, vice-presidente da AMcom, destacou que a inteligência artificial (IA) vem contribuindo para que as empresas possam driblar estes desafios com mais eficiência operacional, contribuindo com insights através de dados consolidados para facilitar a tomada de decisão, trazendo previsibilidade de cenários.

Ferraz também acredita que a IA é um caminho importante para democratizar o acesso à informação e trazer oportunidades de crescimento para as empresas. “Quando você aplica novas tecnologias como machine learning, dentro do contexto da inteligência artificial, essas ferramentas proporcionam uma modelagem de cenários mais sofisticada, com rapidez, o que é crucial, dada a volatilidade do cenário, que exige resposta rápida das empresas. Estes avanços são muito relevantes para os negócios, que precisam dessa visão preditiva para serem mais assertivos”, avalia.

Planejamento estratégico alinhado com a transformação do mercado

Marcelo Veras, CEO do Ecossistema Inova, trouxe uma visão de como as mudanças de mercado também impactam no planejamento estratégico das organizações. Ele destacou que, após os anos 1950, com o contexto do fim da Segunda Guerra Mundial, diversas ferramentas de gestão passaram a ser utilizadas pelas companhias que buscavam realizar bons diagnósticos para resolver os problemas de gestão.

“Nesta época, se popularizou um modelo de cultura de liderança baseada em comando e controle, em que produto e modelo de negócios eram a tônica para a perenidade de empresas. A questão é que a grande maioria dessas ferramentas começam de dentro para fora. Ou seja: olhando primeiro para a própria realidade. E quando você é apaixonado pelo seu produto e modelo de negócio, dificilmente vai identificar desafios”, explicou.

Para Veras, é preciso deixar de lado esta cartilha e iniciar o mapeamento de tendências olhando de fora para dentro. “Vivemos um momento de transição de mercado, quando novas competências são necessárias para fazer a mesma coisa, novos cenários, novas necessidades de mercado. Atualmente, a expectativa de vida dos CNPJs está caindo 80% e os modelos de negócio estão em risco porque não estão de olho na transição de mercado. É imperativo abrir a lente para oportunidades e necessidades de transformação das empresas. Na Inova trabalhamos com dutos de tendências comportamentais e de negócios. São 78 tendências que viram um short list de cerca de 10 megatendências que mais afetam o seu modelo de negócio. A partir dessa leitura de futuro, podemos alinhar as apostas de negócios para que as empresas sejam mais assertivas”, comentou.

Strey reforçou ainda que muitas organizações planejam olhando o hoje e o ontem, sem demandar um tempo relevante para avaliar o amanhã. Para o vice-presidente da AMcom, olhar para as tendências e ter pessoas conectadas com elas é um passo determinante para  o sucesso das empresas.

Veras ainda reforçou que “ter uma boa estratégia de tecnologia, bons profissionais e bons parceiros é fundamental para ter uma boa vantagem competitiva, além de usar dados e os modelos que transformem estes dados em boas informações para a tomada de decisão. Ao olharmos para o futuro, tecnologia é crucial.”