09/11/2020

Experiência de compra e novas formas de pagamento devem se consolidar na Black Friday de 2020, aponta especialista

Para o consultor empresarial e mentor de negócios Roberto Vilela, a data vai ser um marco nas estratégias de abordagem do consumidor, que está mais exigente

Consumidores do país inteiro aguardam ansiosos por uma das mais representativas datas do comércio – que está em disputa de vendas com as comemorações do Dia das Mães e o Natal. A menos de 20 dias da Black Friday - prevista para 27 de novembro -, a ação comercial deve sofrer importantes mudanças neste ano, devido a pandemia. Os novos hábitos do consumidor devem ratificar durante as ofertas deste ano uma postura já enraizada mesmo em tão pouco tempo: as compras virtuais.

“Estamos em uma fase da mudança de mercado em que a maioria dos negócios se adaptou ao meio digital. E isso não foi uma opção, foi uma imposição. Para sobreviver no segmento, seja de produtos ou serviços, o empresário precisou migrar para as plataformas online. Eu acredito que essa Black Friday, vai ser um marco não apenas em vendas, mas também um divisor de águas na lapidação da forma como o consumidor é abordado”, opina o consultor empresarial e mentor de negócios Roberto Vilela.

Nesse contexto de abordagem do consumidor, Roberto Vilela aponta que os desafios vão muito além de usar boas estratégias para atrair clientes. Claro que é indispensável um estudo detalhado do perfil do comprador para um bom planejamento de vendas, mas o especialista destaca dois outros tópicos importantíssimos para fisgar esse consumidor repaginado: ampliar as modalidades das formas de pagamento e oferecer uma boa experiência de compra. “São decisões que o gestor precisa ter estabelecidas bem antes de uma data como a Black Friday, por exemplo. Oportunizar que o cliente escolha como pagar pela sua compra de formas diferentes do cartão de crédito ou código de barras é um diferencial, considerando que hoje existem várias opções seguras e práticas como o QR Code e as carteiras digitais, por exemplo. Além disso, o Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, também já estará em vigor e pode ser um atrativo a mais. No entanto, não é recomendável aplicar estratégias de forma inaugural durante uma grande ação comercial, sob pena de comprometer a experiência positiva do cliente”, explica o especialista. 

Quanto à experiência de compra, é algo que começa a ser construído antes mesmo do consumidor decidir pela aquisição do produto ou serviço. Enquanto nas lojas físicas o primeiro atendimento pode determinar se o comprador leva o que busca para casa, no ambiente online, essa experiência de compra começa no momento em que se fisga a atenção do consumidor, passando pelas facilidades de trânsito pela loja digital, até a entrega do produto e a relação de pós-venda. “O cliente vai voltar na página conforme as facilidades que encontrou no caminho da compra e se o seu desejo foi atendido mesmo depois que recebeu o que comprou. Isso tudo passa por questões estruturais, de estoque, de logística, que são definidas lá atrás. Mais do que nunca o consumidor está no foco do processo – agora ainda mais exigente com preço, qualidade, praticidade e rapidez”, finaliza Roberto.    

Expectativas para a Black Friday 2020

Segundo a Ebit Nielsen, as vendas através online da Black Friday 2020 devem crescer 27% em comparação com a data de 2019.  Já dados do Google mostram que desde agosto o volume de busca por itens com descontos típicos da data está em patamares elevados - enquanto em 2019 o pico de buscas do ano em 72% dos itens de varejo ocorreu na semana da Black Friday, neste ano esse volume já ocorreu entre 26 de agosto e 22 de setembro. 


Legenda: Roberto Vilela, consultor empresarial
Créditos: Daniel Zimmermann
Legenda: Roberto Vilela, consultor empresarial
Créditos: Daniel Zimmermann