22/08/2023

Ginecologia regenerativa ajuda a minimizar efeitos da menopausa. Saiba mais sobre esse conjunto de práticas

Com o passar do tempo, a área íntima feminina sofre alterações funcionais, que aceleram durante o período climatérico. O médico especialista no assunto, Charles Berger, explica o quais técnicas a medicina oferece para dar mais qualidade de vida às mulheres

A menopausa é uma fase natural na vida das mulheres, que marca o fim da menstruação e da capacidade reprodutiva. Ocorre, em geral, entre os 45 e 55 anos, mas também pode iniciar antes dos 40. Com ela, é comum o surgimento de uma série de sintomas causados pelas mudanças hormonais, que interferem na qualidade de vida da mulher. No entanto, a medicina já oferece alternativas para aliviá-los, como os procedimentos englobados na ginecologia regenerativa - campo concentrado na utilização de abordagens reestruturantes para tratar condições ginecológicas.

O médico ginecologista Charles Berger, especialista na área, explica que quando se trata de menopausa, a ginecologia regenerativa pode ajudar no restabelecimento da saúde íntima de diferentes formas. Problemas relacionados à atrofia vaginal, como ressecamento, dificuldade de lubrificação e incontinência urinária, muito comuns no período do climatério, podem ser tratados com procedimentos pouquíssimo invasivos, a fim, inclusive, de dispensar a necessidade de cirurgias futuras. 

“Hoje nós podemos utilizar tratamentos e tecnologias que são alternativas à cirurgia, como com o laser de CO2, ou da radiofrequência vaginal, que ajudam na recuperação da hidratação local. Também com a utilização de cadeiras com eletromagnetismo que fazem o estímulo da musculatura pélvica, para tratar a incontinência urinária. Podemos lançar mão, ainda, da terapia de reposição hormonal com hormônios isomoleculares, para suprir a falta do que não é mais suficientemente produzido pelo corpo, como o estrogênio, e, assim aliviar sintomas como as ondas de calor, a insônia e as alterações de humor”, exemplifica o especialista, afirma Dr. Berger. 

A reposição hormonal com hormônios isomoleculares, a qual o ginecologista se refere, é uma abordagem terapêutica que envolve a administração de hormônios estruturalmente idênticos aos produzidos pelo corpo humano. É frequentemente usada para tratar desequilíbrios hormonais que podem ocorrer em diferentes estágios da vida, como a menopausa em mulheres ou a andropausa em homens. O tratamento deve ser prescrito e supervisionado por um médico que considerará cuidadosamente os riscos e benefícios individuais de cada paciente.

Outras ações que ajudam a reduzir os sintomas da menopausa, de acordo com o especialista, são: alimentação saudável, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras; prática de exercícios, que reduz o ganho de peso, fortalece as articulações e músculos e alivia a insônia; gerenciamento do estresse, através de práticas de relaxamento, como meditação e yoga; hidratação; sono adequado; e evitar desencadeantes, como alguns alimentos, bebidas alcoólicas, cafeína e comidas apimentadas, que podem aumentar os sintomas da menopausa, como as ondas de calor.

O ginecologista ressalta que a ginecologia regenerativa representa um marco significativo na forma como a medicina se relaciona com a saúde feminina, proporcionando cuidados mais personalizados e integrados. “Ela vem como uma saída extremamente inteligente que a medicina encontrou de trabalhar com as mulheres, sobretudo num âmbito macro, com uma visão holística da paciente”, pontua.

Isso porque esse tipo de abordagem médica não se limita apenas ao tratamento de condições específicas, mas também busca promover o bem-estar geral das mulheres em todas as fases de suas vidas. Além disso, considera não apenas aspectos físicos, mas também emocionais e psicológicos ao desenvolver planos de tratamento personalizados.


Legenda: Dr. Charles Berger é especialista em ginecologia regenerativa
Créditos: Divulgação/Clínica Berger