IA no atendimento aumenta satisfação do cliente em até 50%, mostra estudo; especialista aponta caminho para negócios
O crescimento dos assistentes inteligentes está impulsionando a realização de atendimentos dinâmicos e eficientes, menos engessados e mais estratégicos, no entanto, cultura empresarial e organização para a sustentabilidade de um projeto de IA precisam estar no roadmap das empresas, destaca o especialista Nicolas Gonçalves, da Odisseia AI
O atendimento ao cliente vive uma revolução silenciosa. Mais do que chatbots básicos com respostas automáticas, a adoção de assistentes inteligentes marca uma mudança estrutural nas relações entre empresas e consumidores. Essa alteração, no entanto, exige mais do que tecnologia: requer estratégia, modificação de cultura e compromisso com a sustentabilidade operacional.
É o que defende Nicolas Gonçalves, especialista em tecnologia e sócio da Odisseia AI, empresa que tem liderado projetos de transformação digital em atendimento, vendas e pós-vendas. “Implementar IA não é só uma questão técnica. É uma decisão estratégica que exige clareza de propósito, processos bem definidos e envolvimento das pessoas. Do contrário, ela só acelera os problemas que já existem”, afirma.
Enquanto os chatbots tradicionais funcionam como árvores de decisão estáticas, muitas vezes limitados a scripts e fluxos engessados, os assistentes inteligentes são capazes de interpretar intenções, aprender com interações e se integrar a sistemas complexos como CRMs e ERPs.
Estudos como o da Zendesk apontam que esse tipo de IA aumenta em até 50% a satisfação do cliente. Já um levantamento da Odisseia AI apontou que 40% dos atendimentos realizados por seus assistentes inteligentes são resolvidos completamente pela solução, sem necessidade de interação humana.
“No atendimento comercial, o impacto também é direto na receita. A chamada ‘regra dos 5 minutos’ mostra que responder a um lead com agilidade pode aumentar em até 70% a taxa de conversão. Também percebemos que 60% dos leads B2C, ou seja, os clientes do varejo, entram em contato após às 18h. O atendimento limitado ao humano acaba não retornando em tempo hábil, perdendo diversas oportunidades de vendas. Mais do que nunca, ter um assistente inteligente 24 horas por dia é sinônimo de receita”, reforça Nicolas.
Cultura empresarial e sustentabilidade: fator humano ainda é essencial para a IA
Mas para alcançar esses resultados, Nicolas reforça que é preciso fugir das soluções “plug and play” que prometem milagres. “Muita gente vende IA como um milagre. Mas sem processo, sem clareza e sem envolvimento das pessoas, ela se torna só mais uma frustração cara”, alerta.
De acordo com o especialista da Odisseia AI, o sucesso na implementação de assistentes inteligentes está em seguir uma jornada clara e pragmática:
- Diagnóstico honesto: onde está a maior dor ou oportunidade?
- Começar pequeno, com um projeto piloto bem definido: é preciso metas específicas e aprendizado rápido.
- Engajar o time: envolver as pessoas é essencial para evitar resistências e garantir aderência.
- Construir com sustentabilidade: investir em parcerias que transfiram conhecimento e evitem dependência de sistemas ou estruturas externas. Se 100% do atendimento passa a ser via IA, sem o fator humano, o que será do seu negócio se a IA parar de funcionar?
- Medir, aprender e escalar: criar uma cultura de melhoria contínua proporciona uma vantagem competitiva real.
Mais do que uma escolha técnica, implementar IA no atendimento é uma decisão de liderança. “Liderar essa transformação exige coragem para rever processos, envolver pessoas e entender que o futuro não é uma questão de tecnologia, mas de escolha”, finaliza Nicolas Gonçalves.