Lift Learning: projeto piloto da Fenasbac com BC apresenta primeiros resultados
Uma das quatro empresas que fizeram parte da primeira edição da iniciativa que visa aproximar universidade, empresas e comunidade e foca no desenvolvimento de inovações que beneficiem o sistema financeiro nacional, foi a fintech PagueVeloz
Unir universidades, empresas ligadas ao Sistema Financeiro Nacional (SFN) e as principais necessidades do setor em termos de inovação pode não ser simples. Mas para a Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac), em parceria com o Banco Central, essa ação ganha um importante passo: o Lift Learning. O projeto teve seu primeiro piloto realizado no último ano e envolveu estudantes da Universidade Federal de Brasília (UnB), a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (Fapdf) e quatro empresas da área financeira: PagueVeloz, Vamos Parcelar, Bxblue e o Banco de Brasília.
O desafio das equipes multidisciplinares formadas por estudantes e gestores das companhias é desenvolver soluções inovadoras para gargalos identificados na rotina financeira de empresas e dos consumidores. “No Lift Learning, empresas que buscam soluções inovadoras para problemas específicos poderão criar oportunidades de aprendizado experimental. Isso fortalece o ecossistema de inovações, com grandes benefícios para o Sistema Financeiro Nacional (SFN)”, destacou na apresentação do projeto piloto, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
Gestão de benefícios e pagamentos via Pix
Uma das iniciativas apresentadas ao fim da primeira edição do projeto foi um app para gerenciamento de benefícios corporativos, com opção de pagamento via Pix. A iniciativa foi realizada pelos estudantes em parceria com a PagueVeloz, fintech que tem como foco agilizar o processo de recebíveis e a gestão financeira de pequenos negócios via conta digital. No projeto, todos os benefícios oferecidos por uma empresa seriam direcionados a uma conta digital do colaborador, gerenciada via aplicativo. Ao invés de contar com diversos cartões, o funcionário poderia não só unificar a gestão de seus recebíveis como ainda realizar os pagamentos via Pix. Além disso, caso o empregador libere a funcionalidade, o usuário poderá utilizar o app para outras funções financeiras, como pagamento de contas e envio de valores via Pix.
“A ideia do Lift Learning é justamente criar protótipos funcionais, que possam suprir alguma lacuna no mercado financeiro. Nossos estudantes receberam o direcionamento da gestão da PagueVeloz e a partir dessa troca, em um processo de fortalecimento do conhecimento deles no sistema financeiro, criaram o projeto”, diz o professor Ricardo Paixão, coordenador geral do Lift Learning.
Mateus Oliveira foi um dos estudantes da UnB que participou do projeto junto com a PagueVeloz. “O que eu mais gostei foi de ter me envolvido diretamente nesse ambiente de fintechs, entender o funcionamento de diversas empresas e ter mexido com o Pix que pra maioria das pessoas foi uma das únicas coisas boas de 2020. Pude trabalhar com linguagens de programação que até então não havia tido a oportunidade, o que foi muito positivo”, diz. Já o estudante Erick Reis comenta que entender melhor as camadas de segurança por trás do sistema financeiro foi um dos pontos mais positivos do projeto: “Além do aprendizado com o Pix, acredito que também evolui muito no desenvolvimento mobile utilizando o React Native, e consegui entender a importância dos testes automatizados tanto no aplicativo quanto no servidor”.
Paulo Gomes, CEO da PagueVeloz, acredita que a participação no projeto é estratégica, já que a empresa se aproxima das demandas de mercado e ainda da formação de profissionais especializados. “O setor de pagamentos é um dos mais dinâmicos no país. A Pagueveloz, como uma fintech que se propõe a desbravar esta revolução regulatória, fornece de forma simples, segura e rápida novas opções de serviços ao mercado. Neste contexto, o projeto nos aproxima da academia para tornar o fomento de novos negócios mais dinâmico e próximos da realidade dos consumidores”, reforça.
Agora, a fintech estuda a comercialização do projeto piloto apresentado no Lift Learning. Ainda em 2021, a iniciativa do BC deve ganhar novas edições, com expansão prevista para contemplar universidades e empresas em todo o país.