16/06/2025

Mais de 90 milhões de empregos em risco: requalificação começa pela IA

Ao automatizar tarefas repetitivas, soluções de inteligência artificial vão reduzir um alto número de vagas, mas, em contrapartida, criar outras oportunidades. Especialista da Odisseia AI explica como requalificação e automação podem andar lado a lado

Segundo o Fórum Econômico Mundial, cerca de 92 milhões de empregos devem ser eliminados globalmente até 2030 por conta da automação e da inteligência artificial (IA). Ao mesmo tempo, estima-se a criação de cerca de 170 milhões de novos postos, que  irão exigir novas habilidades técnicas e digitais. Esse contexto aponta para um futuro do trabalho com novas qualificações que, segundo especialistas, precisam ser treinadas desde já.

É o que reforça Felipe Bittencourt, CEO da Odisseia AI e especialista em inovação. Na Odisseia, assistentes virtuais baseados em IA generativa criam nas empresas uma alta capacidade de atendimento aos clientes, especialmente nos primeiros contatos (como os feitos por times de pré-venda, ou SDRs), com personalização e aprendizagem contínua. Enquanto elimina tarefas operacionais, os assistentes dão às empresas alta produtividade e mais tempo para focar em ações estratégicas. “Estamos assistindo a uma transformação do mercado de trabalho sem precedentes. Não se trata apenas de avanço tecnológico, mas de uma ruptura estrutural que pode deixar milhões de pessoas para trás se nada for feito agora”, alerta o CEO da Odisseia.

A empresa é um exemplo prático dessa mudança: sua tecnologia personalizada evoluiu o atendimento ao cliente resolvendo dúvidas simples e otimizando a triagem de chamadas. Além disso, conecta atendimentos aos sistemas comerciais, os CRMs, proporcionando um controle total da jornada do cliente e insights para a tomada de decisão. “Nosso objetivo não é substituir pessoas, é dar produtividade e proporcionar que os postos de trabalho criados sejam para ações estratégicas. As pessoas não precisam ser operacionais, mas devem se dedicar às ações que não podem ser realizadas pela IA, como o atendimento presencial, o fechamento do contrato e a negociação mais aprofundada, a entrega do serviço em si, como no caso das imobiliárias, nicho que atendemos com uma solução”, reforça Felipe.

Funções em declínio e profissões emergentes

Dados recentes mostram que funções operacionais como atendimento via call center (onde a Odisseia atua com frequência), digitação, suporte administrativo e funções logísticas básicas estão entre as mais ameaçadas. Por outro lado, profissões ligadas à tecnologia e à análise de dados estão em franca ascensão.

Entre as novas ocupações estão engenheiros de IA, especialistas em automação, analistas de cibersegurança, engenheiros de prompt (responsáveis por comandos para modelos de linguagem como o ChatGPT), além de profissionais da área de ética em IA e saúde digital.

Um levantamento do LinkedIn aponta que 10% das profissões atuais não existiam no ano 2000, e esse ritmo de transformação tende a acelerar nos próximos cinco anos.

Requalificar para não excluir

De acordo com o especialista da Odisseia AI, a prioridade agora deve ser a criação de programas de recolocação e requalificação que envolvam empresas, governos e instituições de ensino. "Estamos vendo uma parcela do mercado muito despreparada para as funções que estão surgindo. Isso abre um abismo de desigualdade. É preciso investir em capacitação acessível e contínua", destaca.

Entre as soluções apontadas pela empresa estão:

  •   Programas internos de requalificação em empresas impactadas pela automação;
  •   Parcerias com edtechs para formações técnicas rápidas e gratuitas;
  •   Incentivos públicos para cursos em áreas como IA, cibersegurança, automação e sustentabilidade;
  •   Triagem automatizada de perfis com IA para orientar profissionais em transição de carreira.

“O futuro do trabalho já começou e os assistentes inteligentes unem eficiência e alta produtividade de forma simples e intuitiva. É um cenário que só vai crescer, oportunizando redução de custos para as empresas, na mesma medida em que vai exigir profissionais muito mais qualificados digitalmente”, conclui Felipe.


Legenda: Felipe Bittencourt, CEO da Odisseia AI e especialista em inovação
Créditos: Divulgação