08/05/2023

Manutenção da cadeia produtiva da construção civil depende de inovação e tecnologia

*Por Jean Ferrari, CEO da FastBuilt, empresa de tecnologia que oferece soluções de automação para construção civil e gestão do pós-obra

A construção civil é um dos principais segmentos da economia brasileira. Em 2022 o setor foi responsável por impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) do país, com alta de 6,9% no período. Além disso, também gerou 10% dos empregos formais no ano passado, contribuindo significativamente para a redução do desemprego - que chegou à marca de 9,3%, o menor nível desde 2015. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

São mais de 23 mil empresas envolvidas na cadeia da construção civil, onde a receitas líquida gira em torno de R$ 2,3 trilhões, além de mais de R$ 400 bilhões de impostos pagos.

O bom desempenho do segmento é fundamental para que toda a economia brasileira tenha sucesso, ampliando possibilidades de negócios e mantendo a boa imagem de desenvolvimento do Brasil perante os parceiros internacionais. 

Um estudo recente da Deloitte mostrou que mão de obra, governança ou gestão dos fornecedores e mudanças no projeto inicial estão entre os principais desafios apontados por empresas de materiais de construção, construtoras e incorporadoras e empresas de serviços para a construção. 66% delas mensuram os ganhos de eficiência ou produtividade quando há adoção ou investimento em novas tecnologias nas atividades. 

É perceptível que a tecnologia e a inovação têm elevado a efetividade dos negócios ao contribuir com redução de horas necessárias para a construção de um empreendimento ou valores gastos, considerando processos desde o planejamento até a conclusão das obras, nos últimos dois anos.

No ambiente digital atual, ser produtivo na cadeia de construção é mais do que fazer mais com menos. É ativar a cadeia de modo inteligente, em uma relação de esforços coletivos com uma rede de provedores que irão agregar agilidade, inovação, qualidade e sustentabilidade aos projetos.

Há uma previsão de queda no crescimento do PIB brasileiro - 0,8% para 2023, de acordo com o Boletim Focus. Neste cenário, investir em ações inovadoras para a gestão de produtividade e consequente economia de recursos, que podem ser reinvestidos posteriormente, é a chave para manter o bom desempenho da indústria e gerar novos negócios de sucesso para as empresas do segmento.

O futuro da produtividade da construção civil prevê uma conexão cada vez mais forte e alinhada com as novas tecnologias e práticas sustentáveis. Hoje, cerca de 38% das empresas da construção e incorporação investem em parcerias com startups, 83% delas com colaboração com as construtechs. É um caminho sem volta, visto que as empresas do setor ainda devem aumentar em 10% os investimentos em tecnologia.


Legenda: Jean Ferrari, CEO da FastBuilt
Créditos: Daniel Zimmermann
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Créditos: Freepik