Mundo digital: Open Banking abre caminho para fintechs
Nilton Spengler Neto, diretor de operação da PagueVeloz.
Recentemente aconteceu a segunda etapa de implementação do open banking, serviço desenvolvido pelo Banco Central. Esta, que é uma aposta para potencializar o ecossistema bancário brasileiro, visa criar um sistema financeiro aberto, onde o cliente pode compartilhar seus dados com diferentes bancos, bastando somente sua autorização e consentimento para tanto. O objetivo é que, por meio desta troca, os indivíduos possam ter acesso a taxas reduzidas e serviços mais facilitados, pois, com a nova legislação de proteção de dados vigente, o dono do dado se torna o consumidor, e não o banco. Neste compartilhamento com outras instituições é possível tentar reduzir os juros impostos por um dos sistemas bancários mais concentrado do mundo.
Uma pesquisa da Febraban aponta que no último ano o consumidor brasileiro vem alterando sua forma de consumir, tornando os aplicativos bancários o canal dominante para transações, o que representa 9 entre 10 contratações de crédito e 8 a cada 10 pagamentos virtuais. Essa tendência, aliada às transformações do último ano, com o início do período pandêmico, a necessidade de isolamento social e a implementação do Pix, impôs a reorganização dos serviços prestados, o que favoreceu o desenvolvimento de fintechs. Segundo a plataforma Distrito, somente em 2021 o crescimento destas empresas chegou a 56%, passando de 742 para 1.158 fintechs registradas. Aqui na PagueVeloz, durante a pandemia, aceleramos as contratações, saindo dos 40 para mais de 320 profissionais e expandimos nossa atuação para o Nordeste, onde esperamos fechar o ano com cerca de 10 mil clientes.
Todo este movimento de inovações propostas pelo BC, como o lançamento do Pix no último ano, favoreceu o movimento de digitalização no processo bancário, que também potencializou a corrida dos bancos tradicionais pelo aprimoramento de seus processos e a adesão a novos segmentos.
Entretanto, o real ganho com o open banking é dos consumidores que, com o aumento da competitividade, receberão um maior mix de produtos e ofertas que são baseadas em seu perfil comportamental. Inserindo em seu dia a dia soluções que rompem padrões e que focam na automação e, sobretudo, na segurança. Segurança essa que conduz a aplicação de uma regulamentação mais rigorosa, com regras específicas, softwares criptografados e medidas de segurança que priorizem preservar os usuários.
Dessa forma, dia após dia, é preciso focar a atividade na entrega de uma jornada personalizada aos clientes: valorizando suas dores e proporcionando serviços que não somente atendam a sua necessidade, mas que entreguem experiências simplificadas, com velocidade e de maneira desburocratizada.