Na mira dos hackers: por que proteger dados virou questão de sobrevivência empresarial
Brasil registra cerca de 140 mil ataques cibernéticos por ano e setor de segurança digital deve crescer 9% em 2025, após movimentar R$ 17 bilhões em 2024
Cada vez mais conectadas e dependentes da tecnologia para operar, empresas de todos os portes estão na mira de cibercriminosos. No Brasil, o setor de cibersegurança movimentou R$ 17 bilhões em 2024, de acordo com levantamento da consultoria Peers Consulting + Technology. A expectativa é de que esse número cresça 9% em 2025, impulsionado principalmente pela crescente demanda por soluções que protejam dados e sistemas contra ataques cada vez mais frequentes e sofisticados.
Ainda segundo o estudo, o país sofre, em média, 140 mil ataques cibernéticos por ano. São invasões, sequestros de dados, tentativas de fraudes e outras ações maliciosas que colocam em risco tanto as operações quanto a reputação das empresas.
Para o especialista em segurança digital Felipe Berneira, CEO da Pronnus Tecnologia — empresa do Grupo Sancon, de Santa Catarina — o aumento no número de ataques está diretamente ligado ao avanço tecnológico e à falta de atenção sobre as vulnerabilidades das empresas. “As ameaças se tornaram mais complexas e direcionadas. Hoje, os criminosos não atacam mais no escuro. Eles estudam as empresas, identificam vulnerabilidades específicas e exploram brechas com precisão”, explica.
Segundo ele, é comum que pequenas e médias empresas subestimem os riscos, acreditando que não serão alvo de ataques. “Essa é uma percepção perigosa. Cibercriminosos muitas vezes veem essas empresas como alvos fáceis, justamente por não investirem o suficiente em proteção. E um único ataque pode comprometer toda a operação, causar prejuízos financeiros consideráveis e danos irreparáveis à imagem da marca”, alerta.
O cenário atual também tem impulsionado a busca por soluções como backups criptografados, firewalls de última geração e resposta rápida a incidentes. De acordo com o especialista, não existe proteção absoluta, mas é possível dificultar a ação dos criminosos. Para Berneira, a segurança digital precisa deixar de ser vista como um custo e passar a ser encarada como investimento estratégico.
Além de manter sistemas e softwares atualizados, ele recomenda que as empresas invistam em uma cultura de segurança que envolva todos os colaboradores. “A conscientização é essencial. Muitas invasões começam com um simples clique em um link malicioso. Por isso, todos na empresa devem estar preparados para identificar e evitar esse tipo de armadilha”, reforça.