Não existe melhor momento para a indústria da moda do que o agora, diz presidente da Kornit Digital Américas
Em encontro com parceiros de negócios do Brasil, Peru, Chile, Colômbia, El Salvador e Argentina, Ilan Elad destacou a aposta da companhia no mercado sulamericano e as oportunidades que o cenário têxtil brasileiro apresentam para crescimento e estruturação de novos formatos de produção sustentável
De acordo com o relatório A New Textiles Economy, da Fundação Ellen MacArthur, a cada um segundo é enviado a aterro ou incineração o equivalente a um caminhão de roupas, em todo o mundo. No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis são descartados anualmente. Além do impacto ambiental, o resultado pesa economicamente na indústria de moda. E é atuando na contramão dessa realidade que a Kornit Digital, companhia israelense referência global em soluções para produção de moda on demand, aporta expectativas e novos planos na América Latina.
Em fevereiro, o novo presidente da Kornit Digital Américas, Ilan Elad, se reuniu com parceiros de negócios de países como Brasil, Peru, Chile, Colômbia, El Salvador e Argentina, para falar dos planos da companhia na região. O executivo acredita que, além da urgência de novos meios de produção alinhados à cultura ESG, a indústria brasileira tem muito a se beneficiar com o cenário macroeconômico. “Não existe melhor momento para a indústria de moda do que o agora. Com a taxa de juros elevada, a necessidade de redução de custos e de inventário, soluções de impressão sob demanda, que oportunizam a produção a partir do pedido realizado, dão uma nova perspectiva de economia e lucratividade para a cadeia têxtil, impactando na forma de produção, suply chain e relacionamento com o novo mercado consumidor”, destaca.
No Brasil, a companhia atua em parceria com o grupo Bloom, que há 16 anos realiza a distribuição de soluções de impressão digital têxtil e representa 65% do market share desse mercado. “Apesar do momento econômico extremamente desafiador, estamos muito otimistas com o potencial da indústria brasileira, que precisa se reinventar e está buscando soluções como as que apresentamos. Mais do que reduzir desperdícios na produção, acabamos também com a questão do inventário de peças, que nada mais é do que um ativo da empresa que fica parado e pode ir para o lixo. Se antes a indústria não olhava para essa questão, hoje com a pressão do mercado começa a repensar esse formato de produção”, avalia Felipe Sanchez, CEO do Grupo Bloom.
Zero água e insumos com apelo ecológico
Inovações como a Atlas Max e a Presto, que permitem a impressão em camisetas e tecidos diversos, respectivamente, chegam para eliminar o uso de água nos processos, trabalhando com linhas de tintas ecológicas e zero desperdício.
“Temos soluções que vão da máquina ao software do workflow da produção, proporcionando processos integrados e muito mais eficientes. Nossa tecnologia tem a capacidade de rodar em qualquer tipo de tecido e somos diferentes porque pensamos 100% no têxtil. Nossas soluções têm foco exclusivo nessa indústria e acreditamos que o on demand será crucial para a indústria da moda sobreviver”, reforça Ilan.
O baixo custo de impressão também é destaque da Kornit Digital para o mercado. A companhia estima que uma empresa que usa sua solução gasta, em média, de U$ 0,50 a 1,00 por camiseta. No Brasil, a empresa tem clientes como C&A, Reserva, Dimona e Brand Têxtil.
Até 2026, a Kornit estima que suas tecnologias possibilitarão a produção de 2,5 bilhões de itens de vestuário de forma responsável, poderão evitar a produção desnecessária de 1,1 bilhão de itens e a redução de mais de 17,2 bilhões de quilogramas de emissões de gases de efeito estufa.