14/03/2023

Oportunidades internacionais para além do Festival da Cerveja

Por Sheyla Patrícia Pereira*

O Festival Brasileiro da Cerveja já é um evento consolidado no calendário nacional não apenas para os amantes da bebida, mas também do ponto de vista dos negócios que a agenda acaba gerando a partir da sua realização. Este ano, a Feira Brasileira da Cerveja, que ocorreu paralela ao evento, trouxe mais de 80 expositores – empresas das mais diversas áreas ligadas ao segmento cervejeiro, além do setor alimentício, que também tem relação direta com a bebida. Aliás, a participação de empresas ligadas ao SC Gourmet dentro do evento foi uma iniciativa interessante, que abriu espaço para a diversificação de troca de informações sobre esses universos em rodadas de negócios e teve uma ótima aceitação de todos os envolvidos.

Agendas como essa servem de vitrine e estimulam a realização de negócios futuros. Do ponto de vista da internacionalização, é um terreno bastante fértil para a efetivação de negócios além das fronteiras nacionais. No Festival da Cerveja, a partir dos pitchs de expositores, temos conhecimento de diversas reuniões já agendadas entre fornecedores locais e representantes de grandes redes de supermercados da América Latina que visitaram a feira. Percebemos muita criatividade e empenho nas rodadas de negócios – como safras bem semeadas e propensas a frutos promissores.           

A expectativa para as próximas semanas é de um mercado aquecido em termos de comercialização para exportação. Nesse sentido, a internacionalização de cerveja artesanal deve ser pensada, inicialmente, como a negociação de um serviço de inteligência que gera valor ao produto no mercado nacional e que, por consequência, posiciona a marca para escala internacional. Quando se aposta em inteligência, tira-se o custo logístico embutido em embalagens, vasilhames e até em licenças de alguns insumos, por exemplo. E no caso das cervejas, eleva-se o nível do produto em si, que tem sua receita sendo produzida fora daqui. Esse intercâmbio de conhecimento tem um valor gigante na conquista de mercados externos – e gera um posicionamento local bastante ascendente.   

Sendo assim, a participação num evento deste gênero tem peso significativo para as empresas nacionais em termos de internacionalização e competitividade. Ainda mais quando são respaldadas por projetos de apoio ao empreendedorismo disponibilizados pelo Sebrae/SC, que expõem nossos produtores locais aos holofotes do mundo. Nesse contexto, a Father é um Hub para os principais concursos mundiais de cerveja. Somos responsáveis pela coordenação do envio das amostras que participam dos eventos, garantindo a logística e exposição nos festivais internacionais. Estamos envolvidos com as oportunidades que o mercado cervejeiro tem no mercado internacional e oferecemos respaldo nas rodadas de negócios. Com os produtores nacionais, buscamos entender um pouco melhor sobre o empreendimento, falamos sobre gestão e marketing, indicamos como desenvolver o posicionamento da marca e, assim, gerar mais competitividade nacional, além de preparar a empresa para o próximo passo: a atuação internacional. 

Como celeiro de negócios, o Festival Brasileiro da Cerveja é referência dentro e fora do Brasil. Além dele, várias outras oportunidades de troca de conhecimento ainda estão por vir durante o ano, com alto potencial a ser explorado. A internacionalização não tem fronteiras, porém somente com uma estratégia bem desenhada e o conhecimento do cenário onde se irá operar é que o processo se torna eficiente. 

*Sheyla Patrícia Pereira é sócia diretora-executiva da Father Estratégias Internacionais


Legenda: Sheyla Patrícia Pereira, da Father Estratégias Internacionais
Créditos: Jean Mette