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As pistas exclusivas para o tráfego de ônibus têm em comum o mesmo problema quando são construídas com asfalto: com o passar do tempo se desgastam devido ao peso dos veículos, criando ondulações que deterioram os ônibus e podem até causar acidentes.

Para Cleiton Coelho, gerente de tecnologia e inovação e mestre em Engenharia Civil da Max Mohr, empresa de tecnologia em argamassa e concreto, uma solução para resolver esse problema é o uso do Pavimento Urbano de Concreto (PUC).

“O problema do asfalto é que ele se desgasta com o peso dos ônibus, com as freadas, com as altas temperaturas no verão — já que é um material mais elástico e que absorve mais calor —, enquanto o PUC possui muito mais resistência contra todas essas adversidades”, explica. A durabilidade do material é estimada em até 30 anos pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem (Abesc).

Os benefícios do uso do PUC não se limitam à qualidade e durabilidade da via: o material absorve entre 8 e 10 graus a menos que o asfalto comum, segundo testes feitos pela Max Mohr. É mais econômico, necessita de pouca escavação, gera menos lixo durante a construção e possui uma concretagem mais rápida e sem contaminações. Até o espaçamento entre os postes de energia pode ser maior, já que a cor do material é mais clara e traz maior luminosidade.

“Se for preciso chegar até uma tubulação que esteja abaixo do pavimento para uma obra, é possível ‘cortar’ o PUC em blocos, já que o material já vem nesse formato, em placas de 2 metros quadrados. Então é totalmente possível retirar o pavimento se for preciso e concretar novamente. A durabilidade e qualidade são infinitamente superiores ao asfalto”, pontua o especialista.

De acordo com a Abesc, diversos países da América do Sul, como o Chile e a Argentina, já têm aplicado com sucesso o PUC em faixas e paradas de ônibus, além de locais com operações de carga e descarga.