02/05/2022

Pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) enfrentam exclusão e preconceito por falta de informação

Enxergar o TEA como uma condição humana pode auxiliar na inclusão e aumentar a integração proporcionando uma boa qualidade de vida para a pessoa no espectro.

Diferente do que muitos pensam, o autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), não é uma doença. Como a própria nomenclatura já diz, é um “transtorno” no desenvolvimento do cérebro que afeta áreas comportamentais e causa dificuldades na comunicação e interação social. Quando uma criança ou mesmo o adulto é diagnosticado com TEA, o acompanhamento de especialistas em diferentes áreas da vida - na educação, em questões relacionadas à fala ou mobilidade, por exemplo -  possibilita que o indivíduo tenha a melhor qualidade de vida possível. 

Infelizmente, de acordo com Adriana Ferreira - Presidenta do Instituto AutismoS e Conselheira Estadual de SC da ONDA-Autismo - por falta de informação, muitas pessoas acabam classificando a pessoa com TEA como mal educada e rebelde. Automaticamente essa desinformação acaba levando à exclusão desses indivíduos da sociedade. Essas atitudes são classificadas como capacitistas, termo que define a discriminação de pessoas com deficiência. E é justamente para levar informação e garantir a inclusão que o instituto atua, promovendo formações continuadas, seminários e palestras sobre TEA.

Segundo dados o Center of Deseases Control and Prevention, existe hoje um caso de autismo a cada 44 crianças. “Existem várias pessoas autistas no mundo, e mesmo que o número seja grande, a desinformação e o preconceito também são. Muitas famílias nos procuram e relatam as dificuldades que encontram diariamente ao lidarem com pessoas com pouco entendimento sobre o autismo”, relata Adriana Ferreira, do Instituto AutismoS.

É necessário enxergar o Transtorno do Espectro Autista como uma condição humana e ter em mente que todas as pessoas têm suas diferenças. Cabe a cada um saber lidar com elas da forma mais humana possível, compreendendo e entendendo cada limitação. “Existem alguns passos práticos que podem auxiliar na inclusão. O primeiro é a mudança de mentalidade, entender que todas as pessoas devem participar ativamente da sociedade. A difusão de informação também deve ser trabalhada no ambiente escolar, para que desde cedo jovens e adolescentes tenham conhecimento sobre o TEA. Procurar entender o vocabulário básico relacionado ao autismo também facilita a integração do indivíduo na sociedade. Muitas vezes são utilizados termos capacitistas por falta de informação, mas precisamos nos comprometer a conhecer melhor a realidade da pessoa autista e sermos agentes de transformação”, finaliza. 

 

Vocabulário do TEA

O Instituto AutismoS, em parceria com o ONDA-Autismo, elaborou uma breve lista que traz os termos capacitistas mais comuns e os termos corretos relacionados ao TEA. Confira abaixo:

Errado: 

Pessoa Especial.

Pessoa com Necessidades Especiais.

Portador de Deficiência.

Deficiente.

Excepcional.

Anjo Azul. 

“Sofre com Autismo”.

Pessoa com Autismo.

Correto

Pessoa Autista. 

Pessoa com TEA.

Pessoa no Transtorno do Espectro Autista.

Pessoa no Espectro.


Legenda: Termos Capacitistas
Créditos: Divulgação