Pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) enfrentam exclusão e preconceito por falta de informação
Enxergar o TEA como uma condição humana pode auxiliar na inclusão e aumentar a integração proporcionando uma boa qualidade de vida para a pessoa no espectro.
Diferente do que muitos pensam, o autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), não é uma doença. Como a própria nomenclatura já diz, é um “transtorno” no desenvolvimento do cérebro que afeta áreas comportamentais e causa dificuldades na comunicação e interação social. Quando uma criança ou mesmo o adulto é diagnosticado com TEA, o acompanhamento de especialistas em diferentes áreas da vida - na educação, em questões relacionadas à fala ou mobilidade, por exemplo - possibilita que o indivíduo tenha a melhor qualidade de vida possível.
Infelizmente, de acordo com Adriana Ferreira - Presidenta do Instituto AutismoS e Conselheira Estadual de SC da ONDA-Autismo - por falta de informação, muitas pessoas acabam classificando a pessoa com TEA como mal educada e rebelde. Automaticamente essa desinformação acaba levando à exclusão desses indivíduos da sociedade. Essas atitudes são classificadas como capacitistas, termo que define a discriminação de pessoas com deficiência. E é justamente para levar informação e garantir a inclusão que o instituto atua, promovendo formações continuadas, seminários e palestras sobre TEA.
Segundo dados o Center of Deseases Control and Prevention, existe hoje um caso de autismo a cada 44 crianças. “Existem várias pessoas autistas no mundo, e mesmo que o número seja grande, a desinformação e o preconceito também são. Muitas famílias nos procuram e relatam as dificuldades que encontram diariamente ao lidarem com pessoas com pouco entendimento sobre o autismo”, relata Adriana Ferreira, do Instituto AutismoS.
É necessário enxergar o Transtorno do Espectro Autista como uma condição humana e ter em mente que todas as pessoas têm suas diferenças. Cabe a cada um saber lidar com elas da forma mais humana possível, compreendendo e entendendo cada limitação. “Existem alguns passos práticos que podem auxiliar na inclusão. O primeiro é a mudança de mentalidade, entender que todas as pessoas devem participar ativamente da sociedade. A difusão de informação também deve ser trabalhada no ambiente escolar, para que desde cedo jovens e adolescentes tenham conhecimento sobre o TEA. Procurar entender o vocabulário básico relacionado ao autismo também facilita a integração do indivíduo na sociedade. Muitas vezes são utilizados termos capacitistas por falta de informação, mas precisamos nos comprometer a conhecer melhor a realidade da pessoa autista e sermos agentes de transformação”, finaliza.
Vocabulário do TEA
O Instituto AutismoS, em parceria com o ONDA-Autismo, elaborou uma breve lista que traz os termos capacitistas mais comuns e os termos corretos relacionados ao TEA. Confira abaixo:
Errado:
Pessoa Especial.
Pessoa com Necessidades Especiais.
Portador de Deficiência.
Deficiente.
Excepcional.
Anjo Azul.
“Sofre com Autismo”.
Pessoa com Autismo.
Correto:
Pessoa Autista.
Pessoa com TEA.
Pessoa no Transtorno do Espectro Autista.
Pessoa no Espectro.