15/07/2025
Por que sua equipe não entrega resultados? O que (quase) ninguém fala sobre metas, motivação e performance
Especialista em estratégia, liderança e vendas, Roberto Vilela alerta que metas sem preparo técnico, acompanhamento constante e liderança firme tendem a gerar frustração, e não resultados
Com o segundo semestre em curso, muitas empresas voltam seus olhos para o cumprimento de metas e a correção de rotas para garantir os resultados até o fim do ano. Porém, mais do que exigir entregas, líderes e gestores precisam olhar com atenção para o que pode estar impedindo suas equipes de performar — e a resposta nem sempre está na motivação ou no esforço, mas sim na base de preparo, clareza e liderança.
Para o consultor empresarial Roberto Vilela, que atua há quase 30 anos com estratégia de negócios e de vendas, o desempenho de uma equipe é reflexo direto da capacidade de condução dos líderes. “Não adianta empurrar metas para cima de uma equipe que não foi preparada tecnicamente para alcançá-las. O papel do líder é orientar, treinar, acompanhar de perto e, claro, cobrar com firmeza quando necessário. Liderança exige escuta ativa, mas também pulso firme para sustentar decisões”, afirma.
Vilela defende que o desenvolvimento contínuo das equipes é um dos pilares mais importantes para resultados consistentes. Em um mercado em constante mudança, investir em conhecimento deixou de ser diferencial e passou a ser pré-requisito. “Os profissionais que entregam mais são, quase sempre, os que estudam mais, que observam mais e que entendem o mercado. Isso também vale para quem vende: não dá para bater meta sem dominar o produto, o cliente e o cenário onde se atua”, destaca o consultor, autor dos livros Em busca do ritmo perfeito, Caçador de negócios e Conexões que vendem.
Outro ponto sensível é o excesso de metas mal definidas ou mal comunicadas. Quando os objetivos não estão alinhados com a realidade da operação eles mudam com frequência, geram insegurança e desorganização interna. Ao mesmo tempo, metas sem acompanhamento ao longo do percurso perdem a função estratégica e viram apenas fonte de pressão. O resultado é a queda da performance e, muitas vezes, da moral da equipe.
Para o consultor, o desafio da liderança moderna está justamente em equilibrar o uso de ferramentas, indicadores e dados com o bom senso e o olhar humano sobre o time. Embora seja favorável ao uso de tecnologias, ele pondera que nenhum sistema substitui a responsabilidade de acompanhar de perto.
“Tecnologia é bem-vinda quando faz sentido para o negócio. Mas ainda é quem está à frente que precisa dar o direcionamento e garantir que a equipe esteja preparada para alcançar o que se espera dela”, afirma.
Mais do que ajustar a rota no fim do ano, a reflexão que fica é: sua equipe está sendo realmente preparada para alcançar os resultados que você espera? Porque, no fim das contas, não se trata apenas de cobrar, mas de liderar com clareza, consistência e preparo.