Responsável por quase 15% da matriz elétrica, energia solar corrobora com a expansão da produção limpa
Painéis solares estão espalhados por telhados e terrenos Brasil afora. A produção de eletricidade através da luz do sol está cada vez mais acessível e incentivada, o que deixa representantes do setor otimistas
A energia solar fotovoltaica acumula recordes nos últimos anos, principalmente em 2022 e 2023. Recentemente, a geração distribuída, que é a produção para consumo próprio em residências, empresas e propriedades rurais, ultrapassou 23 gigawatts (GW) de potência instalada, atendendo mais de 3 milhões de unidades consumidoras. Já a geração centralizada, que corresponde às grandes usinas, acumula mais de 10 GW, o que equivale a mais da metade da produção da hidrelétrica de Itaipu. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar).
Atualmente a energia solar corresponde a quase 15% da matriz elétrica brasileira, colocando-se em segundo lugar, atrás apenas da hídrica, que responde por pouco mais de 50% da geração. Com um mercado cada vez mais amplo e acessível, a tecnologia fotovoltaica, outrora vista como uma realidade para poucos, se coloca como uma das principais alternativas para economizar ou investir.
“Há pouco mais de uma década a energia solar foi apresentada aos brasileiros como uma possibilidade. Hoje ela é uma das soluções mais acessíveis e que mais cresce no país. Resultado de um forte apelo por alternativas sustentáveis, dos aumentos na conta de luz e da diminuição significativa dos custos de instalação. De dez anos para cá, o preço para acessá-la caiu mais de 80%”, comenta o CEO do Grupo SV, especializado em soluções para projetos de energia solar, Thomas Knoch. A companhia catarinense atua em vários estados com soluções que atendem todas as frentes do setor.
Para se ter uma ideia do boom da energia solar nos últimos dois anos, em 2022 a capacidade total de geração cresceu mais de 60% no Brasil, segundo a Absolar - saltando de pouco mais de 14 GW para 23 GW, entre GD e centralizada. A entidade estimava que o setor pudesse fechar 2023 ano com pelo menos 34 GW - o que já está alcançando.
“Diante do crescimento do segmento no mundo, da necessidade crescente de energia e da diversificação das fontes, as perspectivas para a solar no Brasil são as melhores possíveis. Hoje, a energia solar é uma das principais geradoras de eletricidade no país e, se conseguirmos manter o ritmo, a tendência é continuar batendo recordes”, salienta Knoch.
Junto com a energia eólica, a fonte solar lidera a expansão da oferta de energia no solo brasileiro. Juntas, as duas fontes produziram, durante julho, um quarto da energia gerada no país. Uma marca histórica, alcançada até então por 25 nações, de acordo com a instituição que promove a tecnologia no mundo, a Ember, do Reino Unido. Mais precisamente, 27% da eletricidade do Brasil foi gerada pelas duas fontes.