03/12/2025

RH em 2026: tecnologia para colocar o colaborador no centro da decisão

Por Rogério Wiethorn Jr, CEO da Joinin, empresa de tecnologia especializada em soluções para gestão de pessoas e educação corporativa

A área de Recursos Humanos deixou, há muito tempo, o âmbito exclusivamente operacional para assumir um papel indiscutivelmente estratégico nas organizações. Especialmente na indústria, onde reter e engajar mão de obra é um desafio diário, comunicar com assertividade com públicos diversos, do escritório ao chão de fábrica, tornou-se prioridade. É nesse cenário que a convergência entre tendências de gestão de pessoas e tecnologias voltadas à humanização reposiciona o RH como verdadeiro protagonista da transformação organizacional. E é esse viés que deve pautar as decisões da gestão de pessoas em 2026.

À primeira vista, tecnologia e fator humano podem parecer conceitos opostos. Mas a prática revela o contrário: quando ferramentas digitais são pensadas para simplificar processos, aproximar pessoas e reduzir ruídos, deixam de ser promessa de futuro para se tornarem realidade cotidiana. A tecnologia é meio, não fim. Ela libera o RH do operacional e devolve tempo para o que realmente importa: cuidar das pessoas.

Além disso, essa necessidade de conexão facilitada pelas ferramentas digitais mobile se intensifica mesmo com a retomada ao modelo presencial. Segundo levantamento recente da Great Place To Work, 51% das empresas brasileiras já operam totalmente presencialmente. Embora estejam na empresa, especialmente na indústria, é depois do expediente que o colaborador vai verificar a rede social corporativa, checar avisos, solicitar informações ou ainda investir na sua formação continuada. E é importante salientar que estar fisicamente lado a lado não significa, necessariamente, estar “no mesmo barco”. Afinal, são públicos com formação, idade e cultura geracional que precisam convergir.

O desafio da comunicação permanece e tende a se tornar ainda mais complexo nos próximos anos. Isso exige das empresas adaptações profundas para alcançar esses diferentes públicos quando o assunto é gestão de pessoas.

É nesse ponto que insistir em soluções analógicas, como murais físicos, já não atende mais à realidade. A tecnologia, aliada ao uso inteligente de dados, vem redesenhando práticas de gestão e abrindo espaço para decisões mais humanas e estratégicas. Processos antes manuais ganham precisão: a gestão de desempenho passa a considerar históricos completos, o mapeamento de competências se torna mais assertivo, o planejamento de carreira ganha visibilidade e a análise de risco de rotatividade deixa de ser intuitiva.

A comunicação também evolui: os comunicados chegam à ponta, na palma da mão, acompanhando o comportamento de consumo de informação da população brasileira, onde 88% já utiliza smartphones, segundo o IBGE.

Essa convergência entre tecnologia e RH amplia o foco na experiência do colaborador. A gestão de pessoas vai além de cargos e salários: envolve engajamento, bem-estar, saúde emocional, conexão e jornada de desenvolvimento contínuo.

E esse panorama revela um RH que não pode mais ser tratado como área de apoio ou centro de custos. O RH de 2026 tem todas as condições de atuar como o centro da organização, alinhando talentos, cultura e performance aos objetivos estratégicos do negócio. Para isso, a combinação de tecnologia, dados, liderança humanizada e processos integrados é fundamental. As pessoas precisam estar sempre no centro, sem perder de vista os resultados.


Legenda: Rogério Wiethorn Jr, CEO da Joinin, empresa de tecnologia especializada em soluções para gestão de pessoas e educação corporativa
Créditos: Divulgação