Silicone nos seios: técnica diminui tempo de recuperação em até 40% e minimiza cicatrizes
A técnica é conhecida por oferecer um pós-operatório mais tranquilo, mas é mesmo possível voltar às atividades normais em poucos dias? O Dr. Samuel Colman explica como funciona esse período
O aumento das mamas é um desejo de muitas mulheres e está diretamente ligado à melhora da autoestima. Não à toa, essa é a segunda cirurgia estética mais buscada no Brasil, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, sigla em inglês). Dentre as possibilidades de métodos ofertados pelos cirurgiões, um deles é muito conhecido pelo curto tempo de recuperação, trata-se do implante através das axilas. Mas, é possível retornar às atividades normais imediatamente? O cirurgião Samuel Colman dá mais detalhes sobre esse tipo de procedimento.
De acordo com o médico, que atua somente na área de cirurgia plástica há mais de 20 anos, o tempo de recuperação realmente é reduzido e um dos motivos é que a cicatriz não fica sob pressão da prótese. No entanto, alguns cuidados precisam ser mantidos.
“O tempo de recuperação da prótese endoscópica axilar pode ser encurtado em até 40% do tempo de uma cirurgia convencional, mas não há nenhuma panaceia nesse tipo de cirurgia em relação à recuperação. A paciente não vai poder fazer grandes movimentos logo em seguida à cirurgia como tem sido difundido. É necessário que se faça um repouso mínimo em qualquer pós-operatório. Eu peço 48 horas de repouso moderado, no qual ainda é possível fazer atividades como pentear o cabelo, higiene pessoal, mas não vai poder fazer nenhum tipo de esforço físico de imediato”, alerta o médico.
Ainda de acordo com Colman, a partir de uma semana suas pacientes costumam voltar ao seu consultório e podem ser liberadas para mais atividades, como voltar ao trabalho. “Mas elas retornam a dirigir ou fazer alguns outros movimentos a partir somente de 14 dias da cirurgia. A recuperação realmente costuma ser muito boa, mas precisa ter certo cuidado, porque não deixa de ser um procedimento cirurgico”, pontua.
A prótese endoscópica axilar é uma técnica cirúrgica avançada que difere das abordagens tradicionais, como a incisão periareolar ou inframamária. Nessa técnica, o cirurgião realiza uma pequena incisão na dobra da axila, criando um túnel até o local onde a prótese será posicionada. Além da recuperação mais rápida, outras vantagens são: cicatriz mais discreta que não altera a unidade estética da mama, menor impacto nos tecidos mamários e resultados mais naturais e simétricos, porque permite que o cirurgião tenha um controle mais preciso sobre o posicionamento da prótese.
Esse tipo de cirurgia geralmente costuma ser indicado para alguns casos específicos. Colman ressalta, que a técnica utilizada precisa ser definida entre a paciente e o cirurgião com base nas expectativas e características de cada pessoa. “Nós fazemos essa cirurgia principalmente naqueles casos de pacientes nulíparas, que nunca tiveram filhos, ou naquelas pacientes que têm a mama muito pequena e que gostariam de colocar o seu implante e ficarem com a unidade estética da mama intocada, esses casos são os casos de eleição para o implante axilar”, explica o cirurgião.
Apesar de ser difundida por vezes como algo novo, essa técnica foi descrita pelo cirurgião plástico norte-americano Dr. John Tebbetts, há 50 anos. Tendo sido aprimorada por ele ao longo do tempo, conforme descreve Colman. “A prótese axilar foi descrita em 1973, pelo doutor Tebbetts. Em 1992, ele fez uma evolução da técnica, colocando essas próteses no plano submuscular, chamando-o de Dual Plane, uma metodologia que coloca as próteses em meio a duas camadas de músculo. Essa é a mais utilizada, mas é possível utilizar-se de outras metodologias”, comenta o cirurgião plástico.
Samuel Colman acompanha e aplica as evoluções da técnica ao passar dos anos. Em seu consultório, em Blumenau (SC), ele conta que a reproduz desde o ano 2000. “Não existe a técnica ideal, nós precisamos estar atentos e escolhermos a melhor para cada caso”, pontua.