Tecnologia na moda: agilidade na criação de coleções para focar na experiência do consumidor
Por Felipe Simeoni*
Oferecer um bom produto já não é o único ponto importante em uma venda. Com a expansão dos novos negócios o consumidor ganha cada vez mais opções na hora do consumo, impulsionando a competitividade do mercado.
No varejo da moda, essa realidade chegou de forma intensa preocupando os shoppings e os varejistas que tiveram que se adaptar durante os períodos de isolamento social com uma dose extra de agilidade.
Frente a esta realidade existem também oportunidades. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), em 2021 deve ocorrer um aumento de 25% nas vendas de vestuário, na comparação com 2020.
E se por um lado esse mercado mostra-se promissor, por outro fica a dúvida: como aproveitar essa oportunidade para impulsionar os negócios na moda? A resposta é: investindo na experiência do consumidor.
O primeiro ponto de partida para trabalhar dentro de uma estratégia que foca na experiência do consumidor é compreender que as pessoas estão cada vez mais atentas a um propósito: por que comprar este item? Por que este e não aquele?
Uma vez que este primeiro passo fica claro para as empresas da moda, é preciso desenhar ações que atendam a nossa atual realidade, onde o consumidor está cada vez mais distante da loja física e mais ativo nos canais online.
A simplicidade em conectar pessoas com as marcas torna-se uma ferramenta importante na estratégia do negócio. Mas, essas empresas também necessitam estar atentas em suas mensagens-chave e nas facilidades do fornecimento de seus produtos para o cliente final.
Fique atento!
Dados da ABIT mostram que 24% da produção têxtil é remarcada, liquidada ou descartada. Com o apoio de soluções digitais é possível fazer coleções variadas de forma rápida e mais assertiva. Isso inclui até mesmo permitir que o consumidor faça parte desse processo de produção de peças. Uma realidade que hoje é totalmente possível por meio dos novos equipamentos de impressão disponíveis no mundo da moda.
Tecnologia & iniciativas para se destacar na indústria da moda
Uma das iniciativas que precisa estar no radar dos gestores é a inovação. O consumidor se adequa a um mundo mais conectado e, ao mesmo tempo, mais cômodo do ponto de vista de consumo. Oferecer novos formatos de atendimento, de conexão, de compra e de entrega, é apenas uma parte deste novo normal. Conectividade é a palavra-chave para este 2021.
Se há alguns anos produzir em grandes quantidades era a única forma de manter uma operação lucrativa, a inovação no têxtil abriu precedentes para o fortalecimento de outras formas de consumo. Assim, o fast-fashion foi se transformando e hoje é o smart-fashion que ganha destaque.
Com a ascensão de novos formatos de produção, como a impressão digital têxtil, a produção em larga escala deixa de ser uma necessidade. Otimizar estoque, produzir com mais qualidade e personalização, através de processos limpos, rápidos e produtivos é fundamental para quem quer voltar a crescer.
Outra tendência que pode ser encarada como uma continuação do smart-fashion é a efemeridade das coleções. E isso não é de todo ruim, visto que a personalização das peças é um dos diferenciais que o consumidor busca na moda.
Criar coleções cápsula, com menos modelos e mais lançamentos ao longo do ano é uma forma de expandir o público-alvo, trazer novidades para um público que anseia, cada vez mais, novidades em um curto espaço de tempo.
Com a produção ágil, reduz-se a necessidade de estoque e, consequentemente, se repõe rapidamente os produtos ao passo que é possível inovar, manter peças personalizadas e com melhor custo-benefício.
*Felipe Simeoni, gerente de marketing e inteligência de mercado da Global Química & Moda